Redação do Enem mostra que o PT não aprendeu nada
Ao insistir na doutrinação dos estudantes, o lulopetismo não apenas reforça a histeria da direita bolsonarista como presta mais um desserviço às gerações futuras
Segundona braba, viu? Mas vamos a algumas situações extremamente relevantes, em curso no mundo, que merecem, muito mais do que simples atenção, detalhadas reflexão e análise, e – por que não? – bons textos a respeito (no caso, redações):
Guerra na Ucrânia: Em 24 de fevereiro de 2022, o carniceiro Vladimir Putin, tirano russo que manda assassinar e confiscar dinheiro de inimigos políticos; financia regimes sanguinários como o de Bashar al-Assad na Síria; anda de mãos dadas com autocratas como o chinês Xi Jinping; e apoia abertamente teocracias terroristas como a iraniana, invadiu a Ucrânia – após ter anexado indevidamente a Criméia em 2014 – e já feriu e matou, com sua “guerrinha” particular, mais de um milhão de pessoas (dos dois lados), causando uma destruição sem precedentes no país invadido.
Guerra no Oriente Médio: Em 7 de outubro de 2023, bárbaros palestinos, financiados pelo Irã, invadiram Israel e espancaram, sequestraram, violentaram, decapitaram e queimaram vivos milhares de cidadãos (bebês, crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos), provocando uma resposta definitiva de Israel contra os grupos terroristas Hamas, em Gaza, e Hezbollah, no Líbano, que vem causando uma tragédia humanitária inédita – mesmo para os padrões de uma região em que ditaduras e teocracias fundamentalistas atuam há décadas -, ainda sem data para terminar.
Eleições nos Estados Unidos: Nesta semana ocorrem as eleições presidenciais americanas, fato já costumeiramente dos mais importantes e impactantes do mundo. Com a presença do ex-presidente Donald Trump, então, por todo o seu envolvimento com os atos golpistas de 6 de janeiro de 2021, em Washington, DC, quando milhares de aloprados sob sua influência e apoio invadiram o Capitólio – revoltados com sua derrota nas urnas – causando ferimentos em centenas de agentes de segurança, além de três mortes de policiais, se torna ainda mais relevante e merecedor de atenção.
Não aprenderam nada
Temos, ainda, a fraude eleitoral na Venezuela; a tensão crescente entre China e Taiwan; os conflitos entre imigrantes e europeus na França e Inglaterra; o crescimento da xenofobia na Europa; a volta do antissemitismo por todo o mundo; as catástrofes naturais por causa das mudanças climáticas; a inteligência artificial cada vez mais presente (com seus benefícios e malefícios); o poder das big techs e as tentações autoritárias de países ocidentais; a necessidade de um “freio de arrumação” no Poder Judiciário brasileiro; as eleições municipais recentemente ocorridas etc.
Mas eis que, com tanto assunto factual e de enorme importância mundial, o Ministério da Educação petista, para não variar, escolhe como tema de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), uma pauta absolutamente irrelevante e sem qualquer resultado prático para o aluno: Desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Pior. Pela complexidade do assunto e absoluta subjetividade, irá aprofundar o fosso da desigualdade entre os alunos do ensino privado e público, já que os segundos são certamente menos capacitados pela má qualidade do ensino pregresso.
As urnas acabaram de ensinar, mas, outra vez, os petistas foram – e são! – incapazes de compreender. Pautas ideológicas e de costumes não “fazem mais a cabeça” dos brasileiros médios, sobretudo da garotada “antenada” com o mundo moderno e globalizado, preocupada com assuntos efêmeros e com as próprias demandas de consumo, literalmente “cagando e andando” para o proselitismo identitário, historicamente pregado pelas esquerdas do país. Ao insistir na doutrinação dos estudantes, o lulopetismo não apenas reforça a histeria da direita bolsonarista como presta (mais) um desserviço às gerações futuras do Brasil.
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Comentários (6)
Marcia Elizabeth Brunetti
05.11.2024 11:40Quando soube do tema da redação já percebi que toda a prova estaria direcionada a formar gangues de universitários acéfalos. Que não querem sair da bolha porque ali dentro está bem bom: greves, para reduzir o tempo de aulas, DCEs para fumar um baseadinho e "namorar", pichar paredes da universidade como viva Palestina, figurinhas de Che Guevara, enfim, seguindo aqui que lhes é ditado pela esquerda empoeirada.
Luis Eduardo Rezende Caracik
05.11.2024 08:28Kertzman, não costumo discordar de você mas acho que neste caso esta indo um pouco longe demais. O tema proposto não tem nada de identitário ou ideológico. È um assunto que toca a sociedade brasileira diretamente, e o tema usa a palavra desafios, e não adjetivos ou qualificações. Se o tema fosse guerra da Ucrânia, ou a do oriente médio, ou o judiciário brasileiro ou fraude eleitoral da Venezuela, estariam da mesma forma propondo temas polêmicos e sujeitos a inclinações ideológicas e de certa forma distantes do dia a dia da moçada que foi fazer o exame. A palavra desafios no tema ajuda os alunos a raciocinar olhando para frente e não para o passado e dá muita oportunidade para raciocínios inteligentes, sobre algo que nos toca a todos no dia a dia. Tema muito melhor do que propor algo como "O amarelo das flores do Ipê", não acha?
Claudemir Silvestre
04.11.2024 19:43Esperar oque dis DESGOVERNOS DO PT e do ignorante LULA ???!!!
Marian
04.11.2024 17:17Ricardo, está ótimo assim ! Pra que alertar?
AGUEDA MESQUITA MONTEIRO
04.11.2024 16:53Ricardo, observo os mesmos temas "sensíveis" em provas de concursos públicos, quando as redações são eliminatórias. Pela quantidade de concursos que fiz, quase posso afirmar que há "treta" entre as Bancas (tipo proprietários "laranjas") e os professores de Universidades Federais para produzirem as provas, e , obviamente, corrigí-las. Dá até desânimo ao ler os temas sugeridos... abs
Maglu Oliveira
04.11.2024 16:07Não há lei que proíba ideologias de interferirem na educação, saúde e segurança? Aliás, pra que a gente tem PR? Roubar, gastar, passear e atrapalhar? QUERO PARLAMENTARISMO! Já teríamos tirado todos eles em 1 hora