Quando a truculência de Trump é legítima
Quem emigra ilegalmente para um país comete crime. Quem apoia o terror não é ativista; é terrorista. Quem arma e financia terroristas é sócio do terror

A frase “quem pariu Mateus que o embale” é daquelas sem autor, portanto, um ditado popular. O significado é claro: cada um deve ser responsável por seus atos e escolhas. Porém, quando a Mateus é dado o poder de destruir o mundo – economicamente ou nuclearmente -, a coisa muda de figura. Donald Trump, hoje, não é um problema apenas dos eleitores americanos, mas de todo o planeta.
Sua destemperança e autoritarismo internos causam estragos monumentais na economia e sociedade americanas. Igualmente, suas práticas imperialistas expansionistas, alinhadas com o regime tirano de Vladimir Putin, em franco desacordo com tratados históricos com aliados ocidentais, desestabilizam o comércio mundial e produzem um risco geopolítico não visto há décadas, desde o fim da Guerra Fria.
Porém, assim como não há alegria que nunca acabe, não há mal que para sempre dure. No meio do caminho, nos cabe torcer para que, “entre mortos e feridos salvem-se todos”, e além de apontar e criticar os erros da administração trumpista, igualmente apontar e elogiar os acertos. Por exemplo: a questão migratória, não fossem a generalização e os maus tratos, não haveria o que se questionar, já que ilegalidade é ilegalidade.
Mais fogo no parquinho
De igual sorte, a prisão e a possível deportação de Mahmoud Khalil, extremista islâmico que apoia abertamente o grupo terrorista Hamas, ou seja, endossa a decapitação de crianças, estupro de mulheres, violência e tortura de idosos e a incineração de judeus vivos, que foi o ocorreu em 7 de outubro de 2023 em Israel, dando início à retaliação israelense contra os terroristas em gaza, armados e financiados pela ditadura iraniana.
Neste ponto, o governo americano chama de terror o que é terror, desmistificando a ideia de que o militante defenderia a causa palestina. Uma ova! Qualquer ser humano dotado de racionalidade e boa fé, inclusive a maior parte de judeus e israelenses, defende a existência de dois estados independentes e democráticos. Há uma fundamental diferença entre tal situação e o apoio, velado ou não, aos terroristas do Hamas.
Mahmoud Khalil é um representante dos terroristas palestinos em solo americano, e como tal deve ser tratado. Ponto. Assim como, hoje, em declaração direta, Trump avisou que se o grupo terrorista Houthis, que atua a partir do Iêmen, igualmente armado e financiado pelo regime dos aiatolás iranianos, atacar embarcações ou instalações americanas e de aliados, irá considerar que a ordem partiu de Teerã.
Nomes aos bois
Além do Houthis e Hamas, o Irã arma e financia dezenas de outros grupos terroristas, como o Hezbollah, no Líbano. Mas não só o Irã. A própria Rússia, do amigão de Trump, Vladimir Putin, e a China são responsáveis por boa parte do dinheiro ou armamentos que chegam às mãos destes sanguinários, assassinos de mulheres, crianças e idosos, sem distinção. Se acerta no cravo, o presidente americano também atinge a ferradura.
O duplo padrão moral trumpista equivale a escolher e a tolerar terroristas amigos. Os mercenários que já foram utilizados por Putin contra a Ucrânia, por exemplo, deveriam receber o mesmo tratamento do republicano. Mas atenção: tal contradição – ou seletividade moral – não anula ou deslegitima as situações anteriores. Aqui a exponho por dever de coerência e a bem da verdade. Não contem comigo para algo diferente.
A nova frente de batalha aberta por Donald Trump traz mais risco de guerra, e isso não é desejável. Não defendo, pois, sua iniciativa. Mas entendo e acabo de justificar seus motivos. Quem emigra ilegalmente para um país comete crime. Quem apoia o terror não é ativista; é terrorista. Quem arma e financia terroristas é sócio do terror. E quem defende político corrupto não tem moral para criticar e cobrar nada. Nomes aos bois! É assim que eu gosto.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (4)
Sandra Greenman
17.03.2025 17:09Perfeito! Os pingos nos i’s não faz mal a ninguém!
Silvana
17.03.2025 16:42Concordo 100% com o artigo!
Guilherme Rios Oliveira
17.03.2025 16:40Parabéns pelo artigo Ricardo!!!
Rosa
17.03.2025 16:15Acabo de virar seu fã! Leu meus pensamentos sobre estes assuntos.