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O Antagonista

Outra prova de que Lula é um autoritário

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Carlos Graieb
3 minutos de leitura 28.02.2024 15:05 comentários
Análise

Outra prova de que Lula é um autoritário

O presidente que falou em Estado indutor durante a campanha de 2022 na verdade quer empresas ajoelhadas diante dele

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Carlos Graieb
3 minutos de leitura 28.02.2024 15:05 comentários 0
Outra prova de que Lula é um autoritário
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Como o Antagonista registrou nesta quarta-feira, 28, Lula fez críticas à mineradora Vale em uma entrevista à RedeTV!. 

Em meio a ponderações corretas sobre o envolvimento da empresa nos crimes ambientais de Mariana e Brumadinho, ainda longe de serem reparados de maneira digna, o presidente deixou escapar uma frase que revela a matriz autoritária do seu pensamento econômico: “O que nós queremos é o seguinte: empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro. É isso que nós queremos.” 

Lula não deixou claro se estava se referindo a todos os tipos de empresa, da lojinha da esquina à Petrobras, se apenas às estatais ou, de modo intermediário, às companhias que atuam em “áreas estratégicas”, seja qual for o seu modelo de comando. A Vale, por exemplo, é hoje uma corporation: tem ações pulverizadas a tal ponto que ninguém a controla sozinho. 

Desconfio que o presidente estivesse pensando nessas últimas, pois são elas que podem servir de instrumento para um governo cumprir sua agenda e se perpetuar no poder; dane-se a mercearia de bairro.  

Governos são efêmeros

Mas pouco importa o tipo de empresa. O raciocínio de Lula está errado até mesmo para estatais puras. Mesmo elas devem ter seus objetivos próprios, em vez de submeter-se “ao pensamento de desenvolvimento” de governos efêmeros. Não, Lula, seu poder não é eterno. Nem você.  

Lula acredita que triunfar numa eleição lhe dá o direito de rasgar os estatutos e o planejamento de grandes empresas e forçá-las a “seguir o projeto que venceu nas urnas”.

Não dá, porque eleições em países democráticos não expressam um consenso absoluto sobre as metas que devem ser buscadas pelo governo. Aliás, em tempos de polarização, as margens de vitória têm se mostrado cada vez mais estreitas. Aliás, nem mesmo em ditaduras esse consenso existe: são fabricações perversas as votações de 95% que ditadores gostam de anunciar de tempos em tempos. 

Não dá, porque “o projeto que venceu nas urnas” em geral é uma carta de intenções mal-ajambrada, com propósitos ocultos, chances duvidosas de implementação política e exposta a todo tipo de intempérie. 

Ideias velhas e perigosas

Durante a campanha de 2022, Lula falou várias vezes que o Estado deveria ter um papel “indutor” do desenvolvimento. Esse, de fato, é o máximo que governos efêmeros deveriam almejar. E olhe lá. Essa “indução” facilmente descamba para a irracionalidade econômica, como mostra o manicômio de regimes tributários especiais criado por Dilma Rousseff.

Como deixou claro em sua entrevista, contudo, Lula não acredita de verdade nesse papo de Estado indutor. Suas ideias são mais velhas e mais perigosas. Ele quer empresas ajoelhadas diante dele. 

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Carlos Graieb

Carlos Graieb é jornalista formado em Direito, editor sênior do portal O Antagonista e da revista Crusoé. Atuou em veículos como Estadão e Veja. Foi secretário de comunicação do Estado de São Paulo (2017-2018). Cursa a pós-graduação em Filosofia do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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