O que raios quer, de verdade, Pablo Marçal?
Os brasileiros vêm, há muito, flertando com líderes tóxicos. Uma hora, a toxicidade atingirá a própria população
Apenas Pablo Marçal e seu comportamento doentio podem explicar o real motivo da publicação do suposto laudo toxicológico nas redes sociais do – como é mesmo? – ex-coach, declarando que Guilherme Boulos, seu adversário direto na disputa pela Prefeitura de São Paulo, certa vez atendido em uma clínica (cujo proprietário, um amigo ou conhecido, sei lá, já foi condenado por falsificação de atestado, e o médico responsável pela assinatura morreu), continha traços de cocaína em seu organismo.
Apenas Pablo Marçal e seu comportamento doentio podem explicar o real motivo de sua candidatura, porque, na boa, ser prefeito de São Paulo, é tudo o que esse sujeito não quer, conforme lembrou meu colega de O Antagonista, Alexandre Borges. Aliás, sua candidatura, cercada de suspeitas que vão desde financiamento ilegal de campanha à relação direta com o crime organizado, jamais pretendeu ser para valer, encontrando, porém, um ambiente político cada vez mais tóxico e corroído, que o levou a sério.
Apenas Pablo Marçal e seu comportamento doentio podem explicar o que querem para São Paulo e, no limite, para o Brasil. Mas apenas os eleitores paulistanos poderão responder ao “sem limite” o que pensam dele e, igualmente, o que querem para a cidade e o país. Aliás, intuo, que, caso avance ao segundo turno ou mesmo Boulos fique de fora, haverá a judicialização do pleito, trazendo enorme risco ao processo eleitoral e, novamente, à própria democracia – e aqui não pretendo, como muitos farsantes, ser dela um defensor.
Friedrich Nietzsche (1844-1900), o notório filósofo alemão, em Além do Bem e do Mal (1886), cunhou a célebre citação, lembrada por muitos ultimamente: “Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você“. Os brasileiros vêm, há muito, flertando com líderes tóxicos. Uma hora, a toxicidade atingirá a própria população, e não haverá laudo, falso ou não, a limpar o organismo putrefato da sociedade.
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