O fantástico Brasil de Mercadante
Presidente do BNDES garante que "não há gastança nem descontrole" no governo Lula e remói narrativa da especulação com o dólar para defender a gastança e o descontrole
Aloizio Mercadante (foto) publicou nesta quinta-feira, 9, um artigo na Folha de S.Paulo para garantir que “não há gastança nem descontrole” no governo Lula.
No texto, intitulado “Quem apostar contra Brasil que está ressurgindo irá perder“, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) relembra um artigo publicado em 2007, no segundo governo de Lula, para dizer que “aquele processo libertador e virtuoso se repete, agora, no terceiro governo Lula”.
O título do texto de 2007 era “Eles estão chegando”, em referência a “os pobres, os miseráveis, os excluídos de oportunidades e direitos”.
“Não especulam com o dólar“
“Eles, os que não jogam na Bolsa, não especulam com o dólar e não vivem do rentismo propiciado pelas imoderadas taxas de juros. Ele, o fantástico povo brasileiro, nosso principal ativo humanitário, econômico e político. Nossa salvação coletiva”, diz Mercadante no artigo publicado nesta quinta, remoendo a narrativa do ataque especulativo ao real.
O presidente do BNDES cita uma série de números sobre o crescimento da economia brasileira e a mínima histórica de desemprego para tentar justificar os gastos do governo Lula, como têm feito seus colegas de governo, e se arrisca a dizer que “a inflação não voltou”, ignorando as projeções do mercado para este ano.
Segundo Mercadante, “não há gastança nem descontrole”, apesar de a dívida pública ter subido consideravelmente e o governo enfrentar dificuldades evidentes para cortar gastos.
Trabalho incansável?
“O governo Lula herdou um pesado passivo fiscal de um governo negacionista que nunca cumpriu o teto de gastos e promoveu um populismo fiscal eleitoral sem precedentes na história do país”, diz Mencadante, apontando o dedo para o governo de Jair Bolsonaro na tentativa de defender Lula.
“A equipe econômica de Fernando Haddad tem feito um trabalho incansável para recuperar as finanças públicas e reduzir o ritmo de expansão dos gastos obrigatórios para preservar os investimentos públicos, com resultados muito expressivos e promissores”, segue o presidente do BNDES, exagerando no diagnóstico e no otimismo.
Segundo ele, as críticas à irresponsabilidade fiscal do governo Lula não passam do reflexo de “uma intolerância ideológica e uma campanha política para tirar os pobres de Orçamento e manter privilégios inaceitáveis”.
Colheita
Quem colheu politicamente o que Lula plantou ao longo de seu segundo mandato presidencial, celebrado por Mercadante poeticamente nos dois artigos, foi Dilma Rousseff.
A petista se elegeu na esteira da popularidade do antecessor, conquistada às custas da economia brasileira, mas acabou colhendo uma recessão que contribuiu para seu impeachment no segundo mandato presidencial.
Como de costume, os petistas vão celebrar suas alegadas conquistas enquanto é tempo. Quando a conta chegar, as culpas serão repassadas mais uma vez para seus bodes expiatórios de estimação.
Leia mais: Foi Pochmann que lançou “escuridão” sobre estatísticas oficiais
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Comentários (3)
Edmilson Siqueira
09.01.2025 15:30Mercadante segue a linha do Pochmann que, após o impeachment de Dilma, escreveu um artigo no jornal da Unicamp dizendo que a "presidenta" estava no caminho certo para sanear a economia e implantar um desenvolvimento sustentável ao Brasil. Vê se pode...
Carlos Renato Cardoso Da Costa
09.01.2025 15:18É deprimente ver que esses m3rdas desqualificados vivem uma vida de rei enquanto minam as instituições que presidem. E tudo isso pago com o dinheiro dos impostos do trabalhador.
Claudemir Silvestre
09.01.2025 14:35Pensar que temos estas pessoas governando um pais !! Daí a gente entende porque NADA FUNCIONA BEM NO BRASIL !!! O país esta A DERIVA !!!