Novo filme do Superman pode ser ‘tudo ou nada’ para a DC
Superman pode não ser apenas um filme, mas sim a última chance da DC provar que ainda pode voar

O novo filme do Superman, dirigido por James Gunn, não é apenas um recomeço do maior ícone dos super-heróis, mas uma aposta quase de vida ou morte para a Warner Bros. Discovery e a DC Studios.
Com um orçamento estimado de 225 milhões de dólares, sem contar gastos em publicidade, o filme precisa ultrapassar os 700 milhões em bilheteria mundial para ser considerado comercialmente um sucesso, segundo estimativas do setor.
Essa meta ambiciosa reflete a urgência de reposicionar a DC em um mercado saturado, onde a fadiga de super-heróis desafia até os heróis mais famosos. Após os fracassos de Black Adam, Shazam! Fúria dos Deuses e Coringa: Loucura a Dois, a pressão sobre esse lançamento é enorme.
O filme é a pedra fundamental do novo DC Universe (conhecido como DCU), e seu desempenho determinará se o plano de 10 anos de Gunn e Peter Safran ganhará impulso ou vai desmoronar.
O DC Studios, agora independente e reportando diretamente ao CEO David Zaslav, foi inspirado no modelo da Marvel Studios. Essa reestruturação sinaliza a confiança da Warner na DC como pilar de sua estratégia de propriedade intelectual.
Só que a geração anterior de filmes deixou um legado de divisões, com filmes como Batman vs Superman polarizando fãs e críticos. O novo filme precisa não apenas lucrar, mas unificar o público, e resgatar a confiança na marca DC.
O entusiasmo inicial é animador. O teaser quebrou recordes, com 250 milhões de visualizações, superando qualquer lançamento da DC ou Warner. A inclusão de Krypto, o cachorro superpoderoso, e a abordagem de Gunn, que combina ação, humor e coração, geram expectativa.
Mas o desafio é atualizar um herói criado há mais de 80 anos para a geração Z, que questiona personagens com comportamentos quase imaculados e perfeitos. O sucesso da nova produção, portanto, poderá depender da conexão emocional desse público com o Superman vivido pelo ator David Corenswet, em um mercado dominado pela Marvel.
A Marvel, com seu universo bem amarrado, estabeleceu um padrão que a DC ainda luta para alcançar. Enquanto a Marvel transformou heróis secundários como Homem de Ferro em ícones globais, a DC dispõe de figuras mitológicas como o Superman.
Enquanto o Homem de Ferro era um personagem novo para a maioria do público, então podia ser apresentado deforma mais criativa, quase todo mundo conhece o personagem de Kripton, sabe como ele age, conhece de seus poderes e fraquezas e já tem uma opinião e memória afetiva sobre ele.
Assim, sua importância cultural e pré-conhecimento por parte de quem vai comprar os ingressos, exige um delicado equilíbrio entre nostalgia e inovação. Não pode ser mais do mesmo e, ao mesmo tempo, não pode ir contra o que se espera dele.
O reboot de 2006, Superman, O Retorno, falhou ao tentar emular o tom nostálgico de Richard Donner, alienando parte do público moderno. Gunn, conhecido por revitalizar franquias com Guardiões da Galáxia, tem a chance de redefinir o herói que usa azul e vermelho, mas enfrenta um público cético, cansado de promessas não cumpridas.
Um fracasso pode ser catastrófico. Rumores sugerem que uma flopada poderia levar a cabeças rolando na cúpula da Warner ou até à venda do estúdio, segundo outras teorias que circulam.
Com uma dívida de 37 bilhões de dólares desde a fusão da WarnerMedia com a Discovery, Zaslav precisa de um sucesso arrebatador para estabilizar o grupo.
Por outro lado, um triunfo pode consolidar a DC como um ativo valioso, abrindo o caminho para novos filmes do Batman, Mulher-Maravilha, The Flash, Aquaman, Lanterna Verde etc.
Culturalmente, Superman é mais do que um herói, é um símbolo. Gunn deve evitar os erros do passado, como o tom sombrio de Zack Snyder, e entregar uma história que ressoe com um público fragmentado.
Superman, portanto, pode não ser apenas um filme, mas sim a última chance da DC provar que ainda pode voar.
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