Mais uma lição de Milei ao Brasil

20.12.2025

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O Antagonista

Mais uma lição de Milei ao Brasil

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Rodolfo Borges
3 minutos de leitura 13.02.2025 11:09 comentários
Análise

Mais uma lição de Milei ao Brasil

Não poderia ter vindo em pior hora para Bolsonaro e seus aliados a aprovação de um projeto de lei da ficha limpa pelos deputados argentinos

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Rodolfo Borges
3 minutos de leitura 13.02.2025 11:09 comentários 5
Mais uma lição de Milei ao Brasil
Foto: World Economic Forum/Ciaran McCrickard

Javier Milei (foto) já tinha dado uma lição ao presidente Lula, ao fazer uma série de reformas econômicas tidas inicialmente como arriscadas e exageradas, mas que vão mostrando seus efeitos positivos mais rápido do que se imaginava. Agora, a lição vem para o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Enquanto os aliados de Bolsonaro buscam formas de habilitar o ex-presidente para concorrer à presidência em 2026 — um dos caminhos seria enfraquecer a Lei da Ficha Limpa —, a base do presidente argentino aprovou na Câmara dos Deputados uma lei que inabilita para disputar cargos públicos condenados por corrupção em segunda instância — falta aprovação do Senado.

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A oposição a Milei reclama da legislação, que tornaria a ex-presidente Cristina Kirchner inelegível antes mesmo de sua condenação por fraude em licitações transitar em julgado — ela foi condenada em segunda instância em novembro de 2024 e ainda pode recorrer à Suprema Corte. Mas Milei já tinha apresentado a proposta no início de seu governo, em março do ano passado.

Ficha Limpa

Bolsonaro argumenta que a Lei da Ficha Limpa está sendo usada no Brasil apenas para perseguir a direita. Nesse caso, o correto a defender, do ponto de vista do combate à corrupção, seria a aplicação da norma para todos os espectros políticos, e não a revogação da lei, como o ex-presidente chegou a defender.

A articulação dos opositores do governo Lula contra a Ficha Limpa se tornou mais um dos flancos para desavenças entre a direita. Políticos como o senador Sergio Moro (União-PR), que se notabilizaram pelo combate à corrupção, arriscam perder sua principal bandeira caso se alinhem a Bolsonaro nesse pleito.

Mesmo o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que defende anistia a Bolsonaro junto com os condenados pelo 8 de janeiro, demonstrou relutância em reduzir de oito para dois anos o período de inelegibilidade imposto pela condenação por corrupção.

A Lei da Ficha Limpa foi uma lei de iniciativa popular, e ela nasce na esteira das condenações do mensalão, no ano de 2010. Até então a inelegibilidade era de três anos, se não me engano, passou para oito. Portanto, é um assunto que vai ser discutido, mas, no Senado, é um assunto que eu vejo com uma certa dificuldade”. comentou em entrevista ao programa Meio-Dia em Brasília.

Caso Bolsonaro consiga um caminho para se candidatar por meio do enfraquecimento da Ficha Limpa, ele terá aberto mão completamente do discurso de combate à corrupção.

Quem acompanha O Antagonista já sabe que esse discurso não lhe cabe muito bem há anos, mas a defesa pública do enfraquecimento de uma lei de origem popular contra a corrupção deixa isso mais claro do que nunca.

Leia mais: Lei da barra limpa

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Rodolfo Borges

Rodolfo Borges é jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Trabalhou em veículos como Correio Braziliense, Istoé Dinheiro, portal R7 e El País Brasil.

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Comentários (5)

Amaury G Feitosa

13.02.2025 14:47

Bolsonaro se mostrou um.idiota e deslumbrado pelo poder sequer quis apurar quem mandou assassiná-lo e tivesse feito isto livraria o país de ditadores criminosos e de seus capachos e idólatras que envergonham a nação ... jumentos não tem espelho !!@


Fabio B

13.02.2025 13:27

Por que será que isso nem está repercutindo entre os "influencers" bolsonaristas?


Erico Mattos

13.02.2025 12:33

Até o final do governo Milei, o Brasil estará arrasado e Argentina em melhor situação. 1) Pelo Miliei e seu povo colhendo os benefícios do sacrifício atual. 2) Por Luladrão e Bostanaro alinhados com seus seguidores acéfalos que não idolatram corruptos e Judiciário político.


Jorge Alberto da Cunha Rodrigues

13.02.2025 11:50

Em apenas 1 ano de governo Javier Milei a Argentina deu um enorme salto de qualidade nos seus indicadores econômicos e no combate à corrupção. O Brasil segue o caminho oposto ao da Argentina.


Marcia Elizabeth Brunetti

13.02.2025 11:44

E pensar que eu criticava o Milei por buscar orientações em seus cachorros. Hoje acho que eles são bem melhores do que nossos políticos.


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