Lula vai estourar o orçamento ao som de maracatu?
Enquanto o Banco Central pressiona por "política fiscal crível", o ministro da Fazenda negocia corte de gastos e o vice-presidente da República reafirma compromisso com arcabouço, petista só fala em gastar
No mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central pressionou o governo Lula (ao fundo na foto) por uma “política fiscal crível”, na ata em que detalhou a decisão de aumentar em 0,5 ponto a taxa básica de juros, o presidente da República achou por bem falar em gastar.
Enquanto seus ministros se engalfinham para decidir quem vai cortar menos gastos no pacote que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, promete apresentar desde a semana passada, o petista participou da cerimônia de sanção do projeto de lei que institui o Dia Nacional do Maracatu.
“É importante que vocês também cobrem do governo, cobre. Eu vejo muitas festas e muitas coisas do governo, que a gente gasta muito dinheiro para financiar artistas, e a gente nunca viu gastar dinheiro para financiar o maracatu”, discursou o Lula.
“A gente vai ter que arrumar dinheiro”
O petista prosseguiu:
“Eu sou presidente há 10 anos. Eu nunca vi uma festa de maracatu aqui em Brasília. Em toda da recepção que a gente fez, a gente nunca convidou maracatu. Você convida outros artistas. Alguma vez eu tentei trazer aqui… Uma vez eu tentei trazer aqui os grupos de Pernambuco de dança. E a gente não consegue, porque não tem patrocinador na sua cidade. Fica confinado no seu bairro, fica confinado no seu mundinho. porque não tem dinheiro para isso.”
Lula finalizou se dirigindo à ministra da Cultura, Margareth Menezes, com uma promessa de gastar mais, como de costume: “Agora, querida Margareth, a gente vai ter que arrumar dinheiro”.
Sobrou até para a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, autora do projeto de lei da homenagem quando deputada federal, que participou da cerimônia com o relator da proposta, senador Humberto Costa (PT-PE), o pedido de algum dinheiro para financiar apresentações de maracatu.
Lula também não deixou de mencionar a necessidade de as empresas públicas, que atingiram déficit recorde em seu governo, participarem desse financiamento.
Alckmin garante
Mais cedo, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, falou em Baku, no Azerbaijão, onde participa da COP29, para garantir que o governo vai honrar as promessas de responsabilidade fiscal.
“Eu participei da reunião na semana passada, na sexta-feira. Reunião muito proveitosa, e o presidente Lula deixou claro que cumprirá rigorosamente o arcabouço fiscal: ou seja, déficit primário zero. A questão do arcabouço fiscal é compromisso do governo”, disse Alckmin.
O maracatu merece todas as homenagens, mas é preciso estar muito fora da realidade do próprio governo e das suas responsabilidades e compromissos para falar em gasto exatamente no momento em que se discute um pacote de cortes para sinalizar o mínimo de responsabilidade fiscal.
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Comentários (5)
Marcia Elizabeth Brunetti
13.11.2024 09:17É uma tristeza saber que os adoradores do Lule só entendem de futilidades mesmo. Pobres e sem cultura, eleitores de esquerda sequer param para prestar atenção nos gastos inúteis do Descondenado. Estão aplaudindo mais essa palhaçada. Enquanto isso mais artistas se sentam ao lado de Janjoca.
EUD
13.11.2024 07:36Quanto Mais Eu Vejo O alkmin, Mais NOJO Eu Sinto !!!!!!!!
Paulo Pires
13.11.2024 06:11Não tem verba para maracatu, mas o Janjapalooza terá apoio de estatais e cachê de R$ 900 mil. Cadê o dinheiro, papai Lule?!
Carlos Renato Cardoso Da Costa
13.11.2024 05:26Lula não acredita em responsabilidade fiscal. Apenas vai aplicar algo parecido com isso caso esteja entre a cruz e a espada. Gasto é vida e que se fod@ o país!
Marcelo José Dias Baratta
13.11.2024 03:19Com relação às reuniões que o governo vem fazendo, na busca por cortes de gastos tentando equilibrar as contas púbicas. aprendi a muito tempo uma coisa: Administrar não é nada democrático! Tem momentos que o responsável por administrar tem que tomar decisões, independente da opinião dos outros, independente da opinião dos que sofrerão com as decisões, é ônus da função. Essa história de ministros de estado ameaçarem sair do governo se cortarem em suas pastas, que saiam, que deixem quem tem que tomar as decisões necessárias, fazê-lo. Na política, na nossa política ruim, acostumou-se a desejar e buscar agradar a todos, o administrador que administra com essa perspectiva, está lascado, não só ele, mas principalmente quem sofre com as omissões dele, no caso, o povo.