Lula, avião, Deus, Boulos e a falta de vergonha para pedir voto
O presidente é tão cara de pau, politicamente falando, que dramatizou um incidente de menor importância apenas para pedir voto para um aliado
Há uma história que diz que, “vinho, quanto mais velho, melhor”. Não é bem assim, ainda que seja. Explico. Há vinhos que ficam melhores com o passar dos anos, é verdade, desde que armazenados adequadamente. Mas isso depende do tipo da uva, do propósito comercial e de alguma sorte.
Lula, como alguns vinhos, portanto, não tem ficado melhor com o avançar da idade, ainda que acredite piamente nisso: “Estou com 78 anos, energia de 30 e tesão de 20”. Ao contrário. A temperança, a sabedoria e o equilíbrio, típicos do amadurecimento avançado, continuam lhe faltando.
Já vi e ouvi, sobretudo da “alma mais honesta deff paíff“, políticos dizerem e prometerem as maiores barbaridades possíveis durante uma campanha eleitoral. É verdade que a turma se supera a cada ano e a cada pleito. Eduardo Paes, prefeito do Rio, até Ozempic anda prometendo à população.
ET de Varginha
Se o candidato à prefeitura da segunda maior cidade do país apela a este tipo de argumento, imaginem o que não prometem figuras, digamos menos inibidas, pelos rincões deste Brasil de meu Deus. Em Varginha (MG), um candidato já prometeu construir uma pista de pouso para discos voadores.
E não é que Lulinha Paz e Amor resolveu escalar a falta de pudor político, e mandou essa: “Eu pensei muito na minha vida, porque fiquei quatro horas e meia dentro do avião, esperando um milagre de Deus para que não caísse”. A aeronave presidencial apresentou um problema técnico ao decolar do México e sobrevoou o mar para alijar combustível, até que pousasse em segurança.
“Pensei muito na minha vida, pensei em você, Boulos, pensei no povo de São Paulo, pensei nas pessoas humildes deste país, que a gente tenta ajudar”, disse o pai do Ronaldinho dos Negócios durante uma live com o candidato Guilherme Boulos, do Psol, à Prefeitura de São Paulo, na noite de quinta-feira, 3.
Só para quem joga Truco
Bem, em primeiro lugar, espanta-me que o chefão petista não tenha pensado na todo-poderosa ministra informal e esposa, Janja da Silva. Tampouco nos filhos e netos. Ou ainda, vá lá, no Curintia. Poderia, ainda, pensar em quem tanto lhe ajudou: Marcelo e Emílio Odebrecht, Leo Pinheiro, Sergio Andrade.
Em segundo lugar, chamar alguém de mentiroso é feio, mas, na boa: deixe de ser mentiroso, presidente! O senhor pode até ter pensado no povo humilde do Brasil, afinal, vive dele há décadas, mas em Guilherme Boulos? Truco, ladrão! Mais fácil ter pensado no Toffoli ou no Zanin, fale a verdade.
O presidente é tão cara de pau, politicamente falando, mas tão cara de pau, que dramatizou um incidente de menor importância apenas para pedir voto para um aliado. “E se fosse você, Ricardo, não iria morrer de medo”? Não só iria como nem estaria aqui, escrevendo, pois teria tido um treco, de tão medroso que sou.
Mas juro que pensaria apenas na minha filha e na minha esposa, e não em político algum. Ok! Confesso. Pensaria também na final da Copa do Brasil, meu Galo contra o Flamengo, do Felipe Moura Brasil, já que na final da Libertadores, em Buenos Aires, ele não poderá estar presente. Desculpa, aí, viu, Felipão?
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