Lacrador bolsonarista se dá mal, e é lacrado em debate da Globo
Na terra do cafizin e do mió pão de queijo do Brasil, entre candidatos ruins e péssimos, o eleitor deve estar pensando: uai, sô, e agora?
Se “um dia é da caça e o outro, do caçador”, na política, ao que parece, quem com lacração fere, com lacração será ferido. Até porque, convenhamos, se debate eleitoral servisse para apresentação de propostas e troca de ideias, ou não teria audiência alguma ou estaríamos morando na Dinamarca, e não em Banânia.
No debate da TV Record Minas, sábado passado, 28 de setembro, o deputado estadual Bruno Engler (PL), candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, após ser confrontado pelo rival petista, Rogério Correia, sobre suas faltas às sessões plenárias na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) – cerca de 40%, segundo o candidato do PT -, sem ter como se justificar, desferiu um direto no queixo do adversário: “Petista é assim, quando não está roubando, está mentindo, e quando não está mentindo, está roubando”.
Muito bem. Ontem, quinta-feira, 3, a lacração mudou de lado – e não que Correia tenha dado o troco. Foi outro candidato, Carlos Viana (Podemos), que colocou o bolsonarista do lado de lá do balcão, digo, da lacração, durante o debate promovido pela TV Globo Minas: “O Bruno está me lembrando a Dilma, um robô muito bem treinado pela equipe dele […] Mas você é de uma direita da idade média […] Só te compra quem não te conhece”.
Calma, leitor, vai melhorar
Apesar de estar no Podemos, Viana foi eleito senador da República, em 2019, pelo pelo PHS, fazendo forte campanha contra Dilma Rousseff (PT). Em 2022, estava no PL, de Bolsonaro, e se tornou um dos principais aliados do ex-presidente no estado, ainda que a recíproca jamais tenha sido verdadeira. – o “mito” não apoiou Viana na disputa pelo governo mineiro. Ainda assim, Carlos Viana pode ser chamado de tudo pela direita, menos de esquerdista.
“Eu comecei a trabalhar com 12 anos, Bruno, mas você, seu primeiro emprego foi de deputado. E faltou à metade das sessões. Devolveu o dinheiro que você recebeu sem ter trabalhado?”. Engler, que está com 28 anos de idade, ainda teve de ouvir: “Você mora com seus pais”. Perdido, o bolsonarista partiu para as costumeiras ofensas, tão profundas quanto um pires raso: “Você não tem vergonha de ser papagaio da esquerda?“.
Na sequência, provando que tudo que está ruim sempre pode piorar, Bruno Engler levou outra lacrada, dessa vez de Correia, que, acusado por ele de ser usuário de cocaína, o chamou de Pablo Marçal.
O lado bom do debate mineiro é que, entre ofensas e lacradas, nenhuma cadeira sai voando pelo estúdio. Na terra do cafizin e do mió pão de queijo do Brasil, entre candidatos ruins e péssimos, o eleitor de BH deve estar pensando: uai, sô, e agora?
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