O ministro da Fazenda continua andando em círculos sem destino definido para conter o que chamou de “ruídos” que estariam impulsionando a alta da moeda americana nos últimos dias. Nesta sexta-feira, 2, Fernando Haddad chegou a reafirmar que o que vai acalmar o mercado é melhorar o diálogo com a sociedade.

Em poucas palavras, o ministro está flertando com o recado do mercado para Lula: cala boca, presidente. Mas como não pode falar isso para o chefe megalomaníaco, optou por expressões menos diretas. “Não vejo nada fora disso: autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas. É uma questão mais de comunicação do que qualquer outra coisa“, resumiu o ministro apontando uma visão diametralmente oposta à que o presidente Lula tem defendido na série de entrevistas recentes.

Nesta manhã, o petista voltou à carga contra o mercado financeiro durante entrevista a uma rádio baiana, em Salvador. “É um absurdo. Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o real nesse país. “, especulou Lula.

Perguntado sobre as alternativas em estudo pelo governo, Haddad – o ministro mais desnorteado do governo – alegou desconhecimento. “Não sei de onde saiu esse rumor. Aqui na Fazenda nós estamos trabalhando em uma agenda eminentemente fiscal com o presidente“, disse referindo-se a um possível proposta de mudança no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o câmbio e desconversando sobre uma possível atuação do governo para tentar conter o dólar.

Do outro lado, Lula espera discutir com o ministro a parte da agenda que não é eminentemente fiscal. “Venho conversando com as pessoas o que a gente vai fazer. Estou voltando quarta-feira (3), vou ter uma reunião. Não é normal o que está acontecendo“, defendeu o petista.

Apesar disso, Haddad continua se esforçando em encenar normalidade e defender que o encontro vai tratar de corte de gastos – outro item sobre o qual Lula tem repetidamente dito que não vai discutir.