Eleições em BH: Quanto pesa a influência de Bolsonaro, Lula, Zema, Aécio e Kalil
PSD de Gilberto Kassab lança atual prefeito, Fuad Noman, em disputa acirrada e indefinida
Com a presença do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em convenção realizada neste sábado (20), o partido lançou oficialmente o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, candidato à reeleição. Outros quadros nacionais do partido, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não compareceram ao evento.
Pesquisa divulgada no último dia 17 pelo site O Fator, em parceria com o Instituto Ver, mostra Fuad em primeiro lugar nas intenções de voto espontâneas, ou seja, quando os eleitores entrevistados não são apresentados a uma lista de nomes de candidatos. O prefeito aparece com 8% das intenções de voto, seguido pelo deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) com 6%.
Já na pesquisa estimulada, Mauro, apresentador do quadro Chamada Geral, da TV Record, lidera com 25%, seguido por Bruno Engler (13%) e por Fuad Noman (12%). Destes, apenas Fuad é candidato oficial até o momento.
Bolsonarismo
O Partido Liberal (PL) vem encontrando dificuldades com a pré-candidatura de Bruno Engler. Deputado Estadual de 27 anos, eleito em 2022 com significativos 635 mil votos, ele depende do apoio ostensivo de Jair Bolsonaro e outras figuras proeminentes do bolsonarismo, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Cleitinho (Republicanos-MG), ambos campeoníssimos de votos em 2022 – 1.47 milhão e 4 milhões, respectivamente – para conseguir subir nas pesquisas eleitorais.
A convenção do PL está agendada para o próximo dia 2 de agosto e, até o momento, a legenda não conseguiu um nome para ser vice na chapa de Engler. Todo o esforço está sendo concentrado no apoio do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que poderia indicar sua ex-secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto (Novo), atualmente também pré-candidata.
Em entrevista recente à Rádio O Tempo, de Contagem, porém, o vice-governador Mateus Simões (Novo) descartou veementemente tal possibilidade, preferindo “guardar” Luísa para outra coligação (o prefeito Fuad seria uma opção, já que tampouco anunciou um vice) ou mesmo para uma candidatura própria, tendo como companheiro de chapa o ex-deputado federal Lucas Gonzalez, também do partido Novo, como publicou o site O Fator, parceiro de O Antagonista.
Eleição indefinida
A eleição municipal deste ano em BH promete ser uma das mais disputadas e encontra-se totalmente indefinida. Segundo a pesquisa O Fator/Ver, são 63% os eleitores indecisos até o momento. Os candidatos à esquerda, a deputada federal Duda Salabert (PDT) e o deputado federal Rogério Correia (PT), com 5% e 3% das intenções de voto, respectivamente, se não aparecem entre os líderes da pesquisa, não podem ser definitivamente excluídos em razão de suas próprias forças eleitorais.
O apoio de nomes proeminentes da política mineira e nacional até poderá influir de alguma forma na campanha, mas não será decisivo, como também apurou a pesquisa O Fator/Ver. Bolsonaro, Lula e Zema praticamente empatam como bons cabos eleitorais. Em sentido oposto, contudo, chamam a atenção os números relativos ao ex-prefeito Alexandre Kalil e ao deputado federal Aécio Neves.
No caso de Kalil, sua participação é neutra, sendo 30% positiva, 30% negativa e 37% indiferente para o candidato que apoiar. Há até poucos meses, no entanto, o ex-prefeito era disputado “a tapas” por praticamente todos os pré-candidatos, inclusive o próprio prefeito, seu correligionário no PSD. Contudo, uma sequência de fatos negativos – CPI na Câmara Municipal, brigas com líderes políticos e a má gestão frente ao Atlético Mineiro, onde foi presidente, exposta e duramente criticada pelos atuais mandatários do Clube – talvez tenha atingido sua imagem.
Em queda livre
Já o caso do tucano Aécio Neves parece ser mais grave. Seu apoio simplesmente afundaria um candidato, indicando que o deputado e o PSDB realmente parecem caminhar para o ostracismo político em Minas. São 48% os eleitores que consideram negativo o apoio de Aécio, mas este fato parece não incomodar o deputado federal ou o próprio partido, que prometem lançar João Leite – ex-deputado estadual não reeleito em 2022 e derrotado nas eleições municipais de 2000, 2004 e 2016 – novamente candidato.
Além da dificuldade natural imposta pela realidade acima, os tucanos precisam acertar a composição da chapa com o partido Cidadania, ora inclinado a apoiar a candidatura do atual prefeito, Fuad Noman, que deverá ter o vice indicado pelo União Brasil. A relação entre PSDB e Cidadania ficou bastante desgastada em 2022, após desacordo para a composição da chapa de Romeu Zema. Aécio Neves não aceitou a indicação de um vice-governador pelo Cidadania e lançou candidato próprio, o ex-deputado federal Marcus Pestana, na disputa pelo governo de Minas. PSDB e Cidadania atualmente formam uma “federação”.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)