E a punhalada do União Brasil no governo Lula? E a punhalada do União Brasil no governo Lula?
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E a punhalada do União Brasil no governo Lula?

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Rodolfo Borges
3 minutos de leitura 09.03.2024 13:03 comentários
Análise

E a punhalada do União Brasil no governo Lula?

Sob nova direção nacional, partido abriu mão do comando de duas comissões importantes para o governo na Câmara, e elas foram parar nas mãos de deputados da oposição

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Rodolfo Borges
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E a punhalada do União Brasil no governo Lula?
Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

O União Brasil tem três ministérios na Esplanada de Lula: Comunicações, Turismo e Desenvolvimento Regional. Supõe-se que seus parlamentares fazem parte da base do governo, portanto. A julgar pelo que ocorreu na quarta-feira, 6, contudo, pelo menos a liderança do União na Câmara não está no mesmo barco que os petistas.

O partido, que trocou recentemente de comando, com direito a luta na lama, abriu mão do comando de duas comissões importantes para o governo na Câmara, e elas foram parar nas mãos de deputados da oposição.

O União tinha direito de presidir Comissão de Segurança Pública, mas optou por entregá-la ao PL, arquirrival declarado do PT. Assim, Alberto Fraga (PL-DF, ao centro na foto), que coordena a Frente Parlamentar da Segurança Pública, sucedeu Sanderson (PL-RS, à direita na foto).

E Lewandowski?

A Comissão de Segurança Pública foi, ao longo de 2023, a que mais perturbou o governo Lula, em especial o ex-ministro da Justiça Flávio Dino, que deixou o governo para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).

Escolado, Dino tirou de letra algumas das convocações, com provocações aos parlamentares de oposição. Mas o ministro Ricardo Lewandowski, que lida atualmente com a primeira fuga da história de um presídio federal de segurança máxima, não tem a mesma desenvoltura.

Relações exteriores

O entendimento com o PL daria ao União o comando da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, que também se tornou estratégica para o governo Lula, já que o presidente optou por alinhar sua política externa às maiores autocracias do planeta, afinadas com o Itamaraty paralelo do assessor especial da Presidência e ex-chanceler Celso Amorim.

Mas o União Brasil passou a vez de novo e entregou o comando da comissão ao PSDB, que indicou o deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) para o posto. Sobrou para o partido, presidido agora pelo advogado Antônio Rueda, tocar a discreta Comissão de Defesa do Consumidor, sob a batuta de Fabio Schiochet (SC) — além de outras duas, de Desenvolvimento Econômico e de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional.

A ressurreição do DEM

Como já mostramos, a vitória de Rueda sobre Luciano Bivar na disputa pelo comando do União Brasil representou a ressurreição do antigo DEM, fruto do mais antigo ainda PFL, representado principalmente pelas figuras do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do ex-prefeito de Salvador ACM Neto.

Há na equação também Elmar Nascimento (BA), líder do partido na Câmara e favorito de Arthur Lira (PP-AL) para a sucessão no comando da Casa. As concessões aos opositores do governo teriam sido feitas nesse contexto, inclusive.

E o governo?

O líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães (PT-CE), preferiu desconversar sobre as derrotas na partilha das comissões. “O governo não se envolve em disputas para a composição e eleição das comissões, essa é uma prerrogativa das bancadas e de seus líderes. Cada líder encaminha suas prioridades, atendendo o critério da proporcionalidade, de acordo com o tamanho de cada bancada”, comentou em seu perfil no X.

Se fosse tão simples assim, Guimarães não precisaria estar se explicando.

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Rodolfo Borges

Rodolfo Borges é jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Trabalhou em veículos como Correio Braziliense, Istoé Dinheiro, portal R7 e El País Brasil.

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