Dennys Xavier na Crusoé: Democracia, uma experiência fadada ao fracasso?
Estamos, para o bem ou para o mal (digam vocês), nas mãos da massa, de um conjunto de pessoas essencialmente desqualificadas, não aptas para a tarefa que se impõe

Criticar a democracia é, hoje, praticamente uma heresia; aquele tipo de coisa que deve levar o pobre diabo para as partes mais profundas e sombrias do Hades, diz o filósofo Dennys Xavier em artigo para a revista Crusoé.
Leia um trecho:
Faz sentido a deferência, seja ela bem ou mal-intencionada, ao regime político que coloca nas mãos do povo, do vulgo, do populacho, a sua sorte?
Resolvi, então, analisar a democracia segundo quatro aspectos constitutivos que, ao que parece, a tornam, mais do que uma solução, um terrível problema com o qual, cedo ou tarde, teremos de lidar.
Do primeiro desses aspectos, trato imediatamente. Os outros três, noutros três textos que trarei nos próximos dias. Vamos a ele.
Já na Antiga Grécia a desconfiança com a democracia floresceu em terreno fértil, nomeadamente na obra de alguns dos maiores pensadores de qualquer tempo. Sócrates e Platão em especial nutriam indisfarçável ojeriza à ideia de lançar os destinos da “pólis” em mãos de pessoas desqualificadas, apedeutas voluntariosos, sem qualquer preparo intelectual para compreender as complexas dinâmicas da vida em sociedade.
No livro VIII d’A República – por muitos considerada a carta magna do mestre de Aristóteles –, a democracia está a cavalo entre a oligarquia (forma de governo fundada sobre a riqueza tomada como valor supremo – poder distribuído nas mãos de poucos, oligoi no grego, que governam pelo poder financeiro/material) e a tirania, a forma mais deletéria do exercício do poder em comunidade.
A democracia é, já para Platão, a concretização do ideal demagógico/populista da organização política: a garantia de uma “pólis” cheia de liberdades, mas apartada de valores e princípios, o que leva à licenciosidade (que mais tarde desembocará em tirania).
Na democracia, políticos não precisam dispor de qualquer competência superior; basta que digam, com as fórmulas melífluas que sempre agradam aos ouvidos da maioria incauta – e que encontram na burrice uma virtude –, aqueles lugares comuns como “ser amigo do povo”, “cuidador do povo” e variações congêneres.
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