Celso Amorim é mais que “observador” da farsa eleitoral de Maduro
Assessor especial de Lula escalado pelo presidente para acompanhar a farsa eleitoral da Venezuela relativiza os abusos do ditador
Dizem que o sapo pula porque precisa, e não porque gosta ou acha bonito. Após uma enxurrada de críticas recebidas por falas cínicas e desastradas sobre a farsa eleitoral na Venezuela e outros casos crassos de tirania pelo mundo, como a invasão russa à Ucrânia, o presidente Lula resolveu dar meio passo atrás e se fez de “assustado” com Nicolás Maduro, ditador travestido de presidente da Venezuela.
“Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro, dizendo que, se perder as eleições, vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender que, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, declarou Lula na segunda-feira, 22 de julho.
Em seguida, aquele que jamais condenou “amigos, irmãos e companheiros” – graças destinadas a tiranos sanguinários como Mahmoud Ahmadinejad (Irã), Muammar Al Gaddafi (Líbia), Irmãos Castro (Cuba), Daniel Ortega (Nicarágua) e Hugo Chávez e Nicolás Maduro (Venezuela) – prometeu enviar observadores brasileiros para acompanhar a suposta votação na Venezuela, entre eles, seu assessor especial para bajulação a ditadores e ditaduras, quero dizer, para assuntos internacionais, Celso Amorim, tema de recentes artigos em O Antagonista.
Para quem comparou a pena de morte, vigente em alguns estados americanos – para determinados crimes e após extenso e caríssimo processo legal – com as execuções sumárias iranianas, a partir de “infrações” às leis dos aiatolás – como uma mulher usar calças apertadas ou não vestir adequadamente o véu -, imagino que a prisão de candidatos opositores a Maduro, a restrição de voto em regiões contrárias ao regime e até mesmo a presença de milicianos armados, ameaçando os eleitores de oposição, serão pronta e devidamente relativizadas por Amorim.
Nada muito diferente do que ele fez, na semana passada, ao traduzir a ameaça de Maduro de promover um “banho de sangue” como “luta de classes, coisas desses tipo”, conforme publicou O Antagonista.
Amorim é um observador amigo, uma espécie de VAR ao contrário. Ele observa os abusos e finge que está tudo bem.
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