Batalha de gênero e negação da natureza humana Batalha de gênero e negação da natureza humana
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Batalha de gênero e negação da natureza humana

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Catarina Rochamonte
14 minutos de leitura 24.07.2024 15:25 comentários
Análise

Batalha de gênero e negação da natureza humana

O texto lança um pouco de luz sobre a longa história de negação da natureza humana e confronta alguns dogmas dessa nossa estranha época na qual a questão do que é uma mulher se tornou uma provocação

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Catarina Rochamonte
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Batalha de gênero e negação da natureza humana
Foto: Reprodução

O tradicional jornal suíço Neue Zürcher Zeitung (NZZ) publicou uma matéria muito interessante, assinada pelo jornalista científico Reto U. Schneider, sobre a atual batalha de gênero, a qual, segundo o autor, teria começado com uma falsa suposição por parte das feministas.

O oportuno texto lança um pouco de luz sobre a longa história de negação da natureza humana e confronta alguns dogmas dessa nossa estranha época na qual “a questão do que é uma mulher se tornou uma provocação.”

O artigo nos remete aos idos de 1978, por ocasião de uma conferência do renomado entomólogo e biólogo norte-americano, Edward O. Wilson, conhecido por seu trabalho com ecologia, evolução e sociobiologia.

Conforme a narrativa do jornalista, no momento em que o pesquisador da Universidade de Harvard estava prestes a começar sua palestra, “uma dúzia de jovens subiram ao palco, derramaram uma jarra de água sobre sua cabeça e gritaram: ´Racista Wilson, você não pode se esconder”.

O estranho protesto tinha a ver com o fato de que Wilson estava atento em relação às novas teorias da biologia evolutiva que explicavam de forma plausível diferenças há muito observadas entre os sexos.

Na palestra intitulada “Humano: Da Sociobiologia à Sociologia”, o pesquisador sugeriu que olhássemos para os seres humanos “como se fôssemos zoólogos de outro planeta completando um catálogo de espécies sociais na Terra”.

Com isto, explica Schneider, “um debate de longa data sobre a natureza dos seres humanos e, portanto, também sobre a natureza dos homens e das mulheres atingiu o seu clímax”.

Embora à época não se duvidasse da relação entre os instintos, os impulsos e os reflexos que surgiram ao longo da evolução e o comportamento social dos animais, os seres humanos eram apartados dessa apreciação e as ciências sociais abordavam o comportamento humano como se não houvesse condicionantes biológicos a serem considerados.

Foi amplamente aceito nas universidades que as pessoas nascem como uma tábula rasa e são moldadas exclusivamente pela educação e pelas experiências. Ao mesmo tempo, isso significava que homens e mulheres diferiam entre as pernas, mas não entre as orelhas. Todo comportamento típico de gênero seria resultado de influências sociais”, observa Reto U. Schneider.

Behaviorismo X psicologia evolucionista

O jornalista científico do NZZ explica que, quando Edward O. Wilson deu a sua palestra no Sheraton, a psicologia estava sob forte influência do behaviorismo, doutrina segundo a qual os seres humanos nascem como um conjunto de reflexos simples que se transformam em uma personalidade por meio da educação e de outras influências externas.

Essa parecia ser então uma linha de pesquisa sensata, principalmente ao se considerar os descalabros morais causados por teorias que atribuíram características inatas a grupos de pessoas.

Esterilizações forçadas, escravatura e genocídio: os piores atos da humanidade foram justificados por uma suposta inferioridade hereditária de certas partes da sociedade. Foi, portanto, considerado repreensível considerar que os comportamentos típicos de grupo também poderiam ter raízes genéticas”, explica Schneider.

A despeito disso, a sociobiologia de Edward O. Wilson apresentava-se como uma linha de pesquisa distinta do behaviorismo, desbravando um campo de investigação que hoje é chamado de psicologia evolucionista e que se tornou um ramo frutífero da ciência.

A sociologia e o negacionismo biológico

Ocorre que a psicologia evolucionista parece ter sido solenemente ignorada nas ciências sociais. Isso guarda relação estreita com aquilo que hoje se chamada de ideologia de gênero:

A tese do gênero exclusivamente construído socialmente só pode ser mantida se for introduzida uma exceção absurda para a nossa espécie, nomeadamente que, em contraste com todos os outros animais, a evolução humana parou no pescoço. É como dizer que os genes contêm o projeto do corpo, mas não o cérebro”, argumenta Schneider.

A hipótese do gênero como construção social pressupõe a negação de uma relação entre as diferentes anatomias dos sexos e as suas inclinações, o seu comportamento. Mas a psicologia evolutiva mostra que essa relação existe.

As mãos se desenvolveram ao longo da evolução para agarrar e os olhos para ver. Da mesma forma, o cérebro também desenvolveu adaptações que provaram ser benéficas para a nossa vida social, pois o cérebro não faz menos parte da biologia humana do que as mãos ou os olhos.

As diferenças entre os gêneros resultaram do fato de as mesmas adaptações não terem sido consideradas benéficas para os homens e para as mulheres.

Se, em média, os corpos masculino e feminino diferem em muitos aspectos, não é surpreendente ou inaceitável supor que o cérebro também funcione de modo distinto, afinal, o cérebro é uma parte do corpo.

Ser diferente não é ser inferior

As feministas, explica ainda o autor do referido artigo, tinham bons motivos para cortar pela raiz a ideia das diferenças entre os cérebros dos homens e das mulheres, pois sempre que tais diferenças foram postuladas no passado, elas o foram em detrimento das mulheres.

“Os homens têm naturalmente mais força do que as mulheres, logo, devem dominá-las”. Isso é uma falácia naturalista. Falácia naturalista é a tendência que muitas pessoas têm de derivar da natureza o que é bom e moralmente correto.

Foi com essa falácia que os homens tentaram durante muito tempo impedir a igualdade das mulheres. A melhor forma de se contrapor a ela não é negando o fato de que os homens são mais fortes, mas negando a consequência ética equivocada que se tenta tirar desse fato.

As mulheres, de fato, foram julgadas intelectualmente inferiores, além de dependentes, passivas, instáveis, etc. Isso as manteve injustamente afastadas, por muito tempo, do estudo acadêmico, da política e de muitas atividades profissionais nas quais se provaram posteriormente muito competentes.

A socióloga francesa Christine Delphy argumentou corretamente quando afirmou que “até agora, a diferença física serviu apenas como pretexto para o exercício do poder de um sexo sobre o outro”, mas ela forçou a barra e saiu da descrição factual para o ativismo político quando complementou que a consequência disso era que a “destruição das diferenças de gênero equivale à destruição da hierarquia”.

Feminismo e negação das diferenças de gênero

A rejeição feminista de qualquer influência biológica no comportamento de gênero foi radical e intransigente.

Para separar o corpo dos papéis de gênero, as pessoas começaram a falar sobre sexo biológico (sexo) e sexo social (gênero). À primeira vista, isto tornou a discussão mais fácil porque o gênero, ou seja, o gênero social, tinha agora sido retirado linguisticamente da biologia. Mas a nova classificação tinha um problema óbvio: o gênero social, que também incluía comportamento, pensamento e sentimentos, está intimamente ligado ao cérebro”, escreve Reto U. Schneider.

A escritora francesa Simone de Beauvoir já havia dito em 1949: “Você não nasce mulher, você se torna mulher”. Ou seja, para a companheira de Jean Paul Sartre, o conceito “mulher” seria carente de essência, artificial, sempre definido pelo seu opressor: o homem e, portanto, socialmente construído.

A distinção que Beauvoir estabelece entre sexo (dado natural) e gênero (construção social), negando relevância à determinação que o primeiro impõe sobre o segundo é, sem dúvida, prelúdio da visão de mundo radical e absurda que se convencionou chamar de ideologia de gênero, segundo a qual o dado natural pode ser ignorado e negado em favor do sentimento, do desejo, da vontade do homem que quer se construir socialmente como mulher ou vice-versa, a despeito das determinações que a biologia lhes impõe.

Embora não se possa culpar a escritora pelo uso posterior que se fez da sua famosa frase, convém notar que ao existencialismo ateu – pano de fundo filosófico de toda sua obra – é inerente esse risco de abolir qualquer consciência de determinação natural do ser humano.

Reto U. Schneider aponta que a frase de Beauvoir foi constantemente repetida de diversas formas na revista feminista “Emma”, fundada em 1977, cuja fundadora e editora-chefe Alice Schwarzer escreveu em 1984: “A base da minha consciência feminista continua sendo a compreensão de que ‘masculinidade’ e ‘feminilidade’ não são inatas, mas sim adquiridas.”

O articulista explica que essa visão se estendia a todas as características psicológicas e cognitivas, incluindo a vida amorosa. Ele cita outra frase da editora-chefe da revista Emma: “A sexualidade não é algo inato, não é da natureza, mas da cultura.”

Segundo as feministas, portanto, diferenças inatas não existem. O negacionismo foi tão longe ao ponto de Alice Schwarzer escrever sobre a superioridade física “instilada” nos homens.

As diferenças de gênero foram consideradas uma ameaça pelas feministas. Antes mesmo de qualquer resultado, a própria investigação das diferenças proposta pela sociobiologia foi considerada um tabu e a disciplina passou a ser vista como um “instrumento de propaganda das forças políticas conservadoras e reacionárias” , conforme se lê na revista feminista Emma

A despeito da ideologia das feministas da década de 70 e da atual militância woke, a afirmação de que a sexualidade não é algo inato é uma afirmação absurda do ponto de vista biológico.

Comportamentos típicos de gênero

O jornalista suíço prossegue o seu artigo elencando alguns estudos que mostram a existência de comportamentos típicos de gênero. Citarei apenas alguns, a título de curiosidade.

Óbvio que a influência mútua entre fatores sociais e biológicos é um pressuposto incontornável. Isso, porém, não torna ocioso o exame dos fatores biológicos. Outra obviedade é que toda regra tem exceção. Por exemplo, constatar que homens são, via de regra, mais forte e mais alto que as mulheres, não significa que não haja determinadas mulheres mais fortes e mais altas que determinados homens. Isso também vale para tipos de comportamentos.

Dito isso, sigamos com a apresentação de algumas diferenças comportamentais típicas de gênero:

1 – Homens são mais violentos

Tanto quanto se sabe pela história, os homens foram mais violentos do que as mulheres em todos os tempos e em todos os lugares. O tamanho do corpo seria, segundo e explicação de Schneider, um dos principais indícios de que essa diferença tem raízes biológicas. “Em média, os homens são mais altos e mais fortes que as mulheres. É difícil explicar esta diferença na estrutura corporal sem assumir que a luta desempenhou um papel importante na história evolutiva do homem”. O corpo mais forte seria, por assim dizer, o comportamento violento encarnado.

A explicação biológica de determinados comportamentos não implica determinismo. Ninguém está indefeso à mercê de seus genes. O ser humano é dotado de consciência e liberdade e, como já foi dito, a cultura, o sistema político, a riqueza material, ou seja, os fatores sociais também influenciam o nosso comportamento. Mas a influência da biologia permanece.

2 – Homens querem mais sexo do que as mulheres

Segundo Schneider, “todos os estereótipos desprezíveis sobre homens e sexo parecem ser estatisticamente verdadeiros.” Eles “querem mais sexo com mais mulheres, masturbam-se com mais frequência, pensam em sexo com mais frequência, têm mais casos e consomem mais pornografia”

Por mais que isso não soe bem, importa notar que reconhecer diferenças de gênero não é o mesmo que tirar conclusões sobre os indivíduos com base nas características gerais reais ou supostas: “É um princípio das democracias liberais que cada pessoa tem o direito de ser vista e tratada como um indivíduo – especialmente se não corresponder à maioria em determinadas características”.

Mas qual seria a explicação biológica para essa diferença do comportamento sexual entre homens e mulheres? O investimento diferenciado dos sexos na reprodução:

“Para os homens, em casos extremos, são cinco minutos de sexo e uma colher de chá de esperma. Para as mulheres, porém, um óvulo precioso, nove meses de gravidez, um parto perigoso e um bebê que precisa ser amamentado por muito tempo.

Isto significa que os homens seriam capazes de aumentar o número de filhos se os seus cérebros estivessem equipados com tendências que o levassem a fazer muito sexo com muitas mulheres. As mulheres, por outro lado, não podiam aumentar o seu número de filhos com muito sexo; só podiam dar à luz um filho a cada nove meses”.

A permanência da diferença de desejo sexual sugere que não se trata de algo que possa ser eliminado socialmente, embora possa e deva ser algo trabalhado de modo a não prejudicar as mulheres, animalizar os homens e conduzir a catástrofes domésticas.

O cérebro, masculino e feminino, sofreu uma série de adaptações durante a nossa filogenia: “a forma como agimos é, em última análise, o resultado de debates confusos entre estes impulsos biológicos, por vezes conflitantes, e as experiências que acumulamos”.

O gênero não é uma construção social

O gênero não é uma construção social. Se as diferenças de gênero se devessem apenas a influências sociais, elas diminuiriam à medida que a igualdade aumenta num país, mas pesquisas recentes mostram que não é isso que está acontecendo.

Schneider cita um estudo que mostra, por exemplo, que com o aumento da igualdade, as mulheres não têm maior probabilidade de seguir uma carreira técnica ou científica, mas menos probabilidade, apesar dos cursos de robótica e das aulas de aritmética para mulheres:

“Na Finlândia, um dos países mais progressistas do mundo, de acordo com o Índice Global de Disparidades de Gênero, pouco mais de vinte por cento das mulheres escolhem uma carreira relacionada com a tecnologia ou a ciência”.

Isso nos leva a outra diferença estável de gênero: homens são mais interessados em coisas e mulheres mais interessadas em pessoas. Aliás, a filósofa e santa Edith Stein, já havia explicado isso de maneira primorosa:

“A atitude da mulher tem em vista o pessoal-vivente e visa o todo. Cuidar, velar, conservar, alimentar e promover o crescimento: esse é seu desejo natural, genuinamente maternal. O inanimado, a coisa lhe interessa, precipuamente, na medida em que está a serviço do pessoal-vivente: menos em si mesma”, escreveu Stein no seu livro A mulher, sua missão segundo a natureza e a graça.

Um homem ou uma mulher comum

A constatação de que a evolução fez coisas diferentes nos cérebros das mulheres e nos cérebros dos homens é importante para que os sexos opostos se compreendam, se respeitem e se complementem.

Infelizmente os jovens não estão sendo educados para entenderem essas diferenças, mas para renegá-las.

Cada pessoa deve ter liberdade para expressar seu gênero de uma forma individual e única, mas “os jovens também deveriam aprender que, para a maioria das pessoas, a identidade sexual está intimamente ligada ao sexo biológico. E devem estar preparados para as diferenças evolutivas quando encontrarem o sexo oposto como um homem ou uma mulher comum”.

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