Arrogância impedirá Lula e PT de ouvirem as urnas
O Brasil caminha rumo oposto à esquerda, e isso é ótimo. Só não é melhor pela baixíssima qualidade de seus representantes de direita
Belo Horizonte, de onde escrevo, e boa parte do Brasil estão dizendo, através do voto, em alto e bom som, que mudaram, que cansaram, que não compram mais a tradicional – e mofada – ladainha da esquerda sobre quase tudo: empresários, tamanho do governo, Estado babá, identitarismo, assistencialismo e outras velharias mais.
O desempenho do PT, sobretudo, vem sendo pífio país afora. O partido fez 248 prefeituras, ficando na desonrosa nona colocação. E seus partidos satélites, ou políticos muletas como Guilherme Boulos, só conseguem sobreviver pelo voto rudimentar dos fieis convertidos – a esquerda raiz -, que ainda creem na utopia socialista.
O Partido dos Trabalhadores disputará 13 prefeituras no segundo turno, sendo quatro capitais (Porto Alegre, Fortaleza, Natal e Cuiabá). No primeiro, não venceu em nenhuma. Mas, ainda assim, sua presidente nacional, a deputada federal Gleisi Hoffmann, afirmou em nota oficial, domingo, 6: “O PT mostrou o seu vigor, a sua vitalidade”.
Vitória de Pirro
O otimismo da petista se deve ao crescimento de 35% sobre o pleito municipal anterior, onde a legenda havia conquistado 183 prefeituras. Se em 2020 o PT passou a governar 4.1 milhões de brasileiros, este número irá subir para 6.1 milhões a partir de 2025. Mas tendo a Presidência da República em mãos, é mesmo para comemorar?
Além do envolvimento direto nos maiores escândalos de corrupção do país nos últimos anos, o partido de Lula tornou-se uma espécie de legenda nem-nem: ao mesmo tempo em que demoniza o capital, abraça-o com fervor. Discursa para o povo, mas flerta abertamente com banqueiros e empreiteiros. Isso é inaceitável para os radicais.
O Brasil caminha a passos largos rumo oposto à esquerda, e isso é ótimo. Só não é melhor pela baixíssima qualidade de seus representantes de direita, que nada mais são, em sua maioria, que fanáticos sem conteúdo, apenas com o sinal trocado, haja vista os Nikolas, Bolsonaro e Marçal da vida. Mas já é um caminho, ao menos.
A possibilidade do fracasso de Lula, em 2026, é real. Poderá ser o canto do cisne petista. Não é bom para o Brasil a morte do principal partido de esquerda. Ao contrário. É fundamental a existência de vigilância e oposição. Partido e pensamento únicos nunca terminaram em boa coisa. Mas quando a arrogância cega, o destino costuma ser cruel.
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