Após derrota acachapante, bolsonarista surta e xinga todo mundo em BH
Bruno Engler optou por sair menor do que entrou nestas eleições, e seu futuro político pode estar comprometido
Ao terminar o primeiro turno destas eleições municipais na liderança, com cerca de 100 mil votos à frente de seu adversário, Fuad Noman (PSD), o deputado estadual Bruno Engler (PL) deve ter pensado consigo mesmo: agora, vai. Em 2020, o bolsonarista ficou em segundo lugar, perdendo para Alexandre Kalil.
Porém, apuradas as urnas em segundo turno, a realidade foi outra, e Engler, caso se candidate outra vez em 2028 e perca, poderá pedir música no Fantástico. Fuad Noman foi reeleito com também quase 100 mil votos à frente, invertendo o placar do início de outubro, impondo uma derrota acachapante ao rival.
O atual prefeito venceu em todas as zonas eleitorais. E mais: Bruno, podemos assim dizer, terminou em terceiro lugar, já que obteve menos votos (577 mil) que o total de abstenções (636 mil). Ou seja, o “gordinho do Bolsonaro”, como é conhecido em BH, perdeu para Fuad e também para quem não optou por nenhum dos dois.
Apelou, perdeu
Com uma campanha de péssimo nível na segunda etapa, quando de forma cafajeste descontextualizou trechos chulos de um livro escrito por Fuad e o acusou de pedófilo, entre outras baixarias, Bruno Engler não soube competir nem tampouco perder. Ontem, domingo, 27, em entrevista após a derrota, disparou contra tudo e todos:
“Encerramos essa campanha de cabeça erguida, não compramos votos de ninguém, enfrentamos um sistema político podre, corrupto, canalha. O sentimento, primeiramente, é lamentar pelo futuro de Belo Horizonte, que a gente sabe qual será, e a gente não se rebaixou ao nível da corrupção e da politicagem”.
De forma velada, culpou Gabriel Azevedo (MDB) e Mauro Tramonte (Republicanos) pela falta de apoio no segundo turno e a reversão de 100 mil votos a favor para 100 mil votos contra, já que os votos de esquerda migraram para Fuad. E disparou também contra o PT, dizendo que a legenda “praticamente desapareceu”.
Bolsonarismo crasso
De podre, corrupto e canalha, o sistema político de Belo Horizonte não tem nada, ou melhor, tem muito pouco, já que não há 100% de pureza na política. Não há uma mísera acusação formal ou mesmo ação judicial que socorra Engler em suas novas mentiras e ofensas, dessa vez, generalizadas e sem qualquer fundamentação.
Aliás, seu modus operandi é o mesmo de seu líder e seus colegas bolsonaristas. Quando o caso envolveu as rachadinhas de Flávio Bolsonaro ou o contrabando das joias do “mito”, por exemplo, tudo bem. Era perseguição política. Ou então, a saída predileta: “E o Lula?”. Além disso, pergunto: Engler não é político? Não é deputado?
Por falar nisso, desde que assumiu na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), faltou à quase metade das sessões e recebeu salários mesmo assim. Seria um exemplo de podridão, corrupção e canalhice, Engler? O fato é que esse rapaz optou por sair menor do que entrou nestas eleições, e seu futuro político pode estar comprometido.
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