Alta de juros é atestado de burrice de Lula
Desde que vença as eleições, Lula está se lixando para o futuro do país. Até porque, via de regra, a bomba explode no colo dos outros
Um ditado popular – e adoro citá-los – diz que: “errar é humano, mas insistir no erro é pura burrice”.
Não dá para dizer que Lula não entende nada de economia, pois alguma coisa ele entende. Ao insistir em políticas que, cedo ou tarde, terminam em inflação e, no limite, em recessão – como bem nos ensinou a ex-presidente Dilma Rousseff, responsável em parte pelo triênio mais recessivo da história do país -, o chefão petista o faz não por ignorância, mas por insistência, ou seja, burrice.
Há dois fatos especialmente claros e pedagógicos no Brasil: o aumento brutal da carga tributária em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que saltou de aproximadamente 26% para quase 33% nas últimas três décadas, e o não menos brutal aumento da dívida pública, que deverá bater em 80% deste mesmo PIB até o final de 2024.
Juntos, estes números mostram que o descontrole das contas públicas não consegue ser corrigido com o mero aumento de impostos, ao contrário do que acreditam os iluminados petistas. E quando a capacidade de tributação chega ao limite, não resta outra forma de financiamento do déficit senão através de empréstimos – não para quitar o estoque da dívida, mas tão somente para rolar o butim.
Círculo vicioso
Quanto mais se endivida – e continua promovendo déficit fiscal -, mais o governo precisa de dinheiro; e mais prêmio (juros) tem de pagar aos investidores (pessoas físicas e jurídicas de todos os portes e nacionalidades; bancos e fundos nacionais e internacionais; empresas importadoras e exportadoras; enfim, o “malvado mercado” que, com suas reservas, arrisca capital em busca de justa remuneração).
O segundo fato, igualmente pedagógico para quem se dispõe a enxergar, é a armadilha do assistencialismo pelo assistencialismo. Ao insistir em gastos sociais cada vez maiores e mais abrangentes, buscando a justa melhoria da qualidade de vida dos mais pobres, porém sem investir em políticas que façam, em longo prazo, tais medidas serem declinantes, e não galopantes (saúde e educação públicas de qualidade, por exemplo), em busca de mais produtividade – e superávits fiscais -, o governo perde sua capacidade de investimento em infraestrutura – uma das molas propulsoras de crescimento econômico – e se aprisiona em um labirinto sem saída.
Quanto mais “gasta com os pobres” – sempre em muito menor proporção que com os amigos ricos do poder, vide as desonerações fiscais e os super salários e regalias das altas castas do funcionalismo -, mais o governo aumenta o rombo fiscal. Quanto mais aumenta o rombo fiscal, maior a necessidade de financiamento. Quanto maior a necessidade de financiamento, maiores os juros pagos. Tudo porque: 1) tal política não induz o crescimento sustentado, mas apenas voos de galinha ilusórios; 2) não aumenta a produtividade do trabalhador e, consequentemente, mantém a renda baixa, ainda que a pleno emprego; 3) esgota a capacidade de tributação, pois já no topo do suportável; 4) produz mais déficit e… o ciclo se retroalimenta indefinidamente.
Juros baixos e moeda forte não dependem de querer, mas de poder. Não dependem da vontade do Banco Central, mas das expectativas e cálculos dos inúmeros agentes econômicos, o tal “mercado”. Lula colhe os juros e o câmbio que merece. Neste quesito, sua inteligência política é zero; é de fato um burro!
Sem nos esquecer, claro, que seu cálculo é sempre eleitoreiro, ou seja, desde que vença as eleições seguintes, está se lixando para o futuro do país. Até porque, via de regra, a bomba explode no colo dos outros.
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