Letícia Barros na Crusoé: “A face vulnerável da guerra”
Em uma guerra, o inimigo toca na ferida para desestabilizar o poder de seu adversário. E a ferida é a parcela mais vulnerável de um povo ou de uma nação: mulheres, crianças e idosos, diz Letícia Barros em artigo publicado na Crusoé...
Em uma guerra, o inimigo toca na ferida para desestabilizar o poder de seu adversário. E a ferida é a parcela mais vulnerável de um povo ou de uma nação: mulheres, crianças e idosos, diz Letícia Barros em artigo publicado na Crusoé.
“No último dia 7, em um sábado, o grupo terrorista Hamas invadiu por terra, mar e ar o território do Estado de Israel. Parece inacreditável imaginar que, com a globalização que vivemos hoje, o mundo inteiro pode acompanhar uma guerra de maneira instantânea através de filmagens e fotos — por mais inconcebível que seja pensar que alguém, no meio de uma guerra, opta por fazer uma filmagem.”
“Ao longo da semana, pessoas ao redor do globo têm se comovido com os vídeos e imagens que têm circulado na internet. Mas algo em especial chama atenção: a maioria dos vídeos mostra mulheres, em estado completo de vulnerabilidade, sendo desmoralizadas e violadas pelos terroristas.”
“Dois vídeos viralizaram: o primeiro mostrava uma mulher coberta de sangue e com as roupas sujas sendo retirada da mala de um jipe e sendo colocada na parte da frente. O segundo mostra uma mulher aparentemente desacordada na caçamba de uma caminhonete com os membros quebrados.”
“Isso nos obriga a fazer uma reflexão que pode parecer óbvia, mas que merece ser relembrada: em uma guerra, o inimigo toca na ferida para desestabilizar o poder de seu adversário. E a ferida é a parcela mais vulnerável de um povo ou de uma nação. Mulheres, crianças e idosos são, sempre, o alvo principal. Todo e qualquer líder político enfrenta desespero e se sente de mãos atadas quando seu grupo vulnerável é ameaçado. As mulheres, por sua vez, em contextos de guerra, sempre estão inseridas em estratégias de guerra cruéis e bárbaras.”
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