O juiz Arthur Engoron, de Nova York, concluiu nesta terça-feira (26) que Donald Trump (foto) e seus filhos são responsáveis por fraude e forneceram demonstrações financeiras falsas ao longo de cerca de uma década.

A decisão foi proferida dias antes do processo civil movido pelo gabinete do procurador-geral de Nova York contra o ex-presidente dos Estados Unidos ir a julgamento. O processo alega que o republicano, três de seus filhos, suas empresas e executivos cometeram fraudes contra credores, seguradoras e outras entidades.

Além disso, Trump teria obtido um benefício financeiro substancial ao apresentar informações equivocadas em suas demonstrações financeiras, incluindo um valor de 150 milhões de dólares (cerca de 748 milhões de reais) em taxas de juros favoráveis obtidas junto aos bancos.

No despacho, o juiz rejeitou o depoimento de Trump, no qual ele afirmou que as demonstrações financeiras não eram fraudulentas, pois continham isenções de responsabilidade. Segundo Engoron, a confiança dos réus nessas isenções é inútil.

Engoron também determinou o cancelamento dos certificados que permitiam que algumas empresas de Trump, incluindo a Organização Trump, operar em Nova York. O juiz ordenou ainda a nomeação de um administrador judicial para gerenciar a dissolução das empresas.

“Esse é um mundo de fantasia, não o mundo real”, afirmou o juiz.

A decisão, que representa uma completa rejeição de seus argumentos de que não inflou os valores de seus campos de golfe, hotéis e propriedades imobiliárias nas demonstrações financeiras utilizadas nos negócios, deve tornar mais fácil para a procuradoria-geral do estado estabelecer indenizações no julgamento agendado para 2 de outubro.

Advogado de Trump, Christopher Kise classificou a decisão como “completamente desconectada dos fatos e da lei”.

Eric Trump, filho do ex-presidente, manifestou sua indignação nas redes sociais, afirmando que perdeu toda a fé no sistema jurídico de Nova York e que nunca antes viu tanto ódio contra uma pessoa vindo de um juiz. Segundo ele, há um esforço coordenado entre o juiz e o procurador-geral para destruir a vida, a empresa e as realizações de seu pai.