Não existe apagão de segurança, mas existe CPI sabor pizza Não existe apagão de segurança, mas existe CPI sabor pizza
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Não existe apagão de segurança, mas existe CPI sabor pizza

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Madeleine Lacsko
3 minutos de leitura 01.09.2023 15:35 comentários
Opinião

Não existe apagão de segurança, mas existe CPI sabor pizza

Ontem, o presidente da CPI de 8 de janeiro, Arthur Maia (União-BA), passou a usar a expressão peculiar que há meses brota da boca de acusados: “apagão da segurança”. Afirma que é a explicação para que...

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Madeleine Lacsko
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Não existe apagão de segurança, mas existe CPI sabor pizza
Arte: O Antagonista.

Ontem, o presidente da CPI de 8 de janeiro, Arthur Maia (União-BA), passou a usar a expressão peculiar que há meses brota da boca de acusados: “apagão da segurança”. Afirma que é a explicação para que os prédios dos Três Poderes tenham sido invadidos por gente que não deu um único tiro.

Por mim, já pode escolher o sabor da pizza que será servida ao final. Os sinais estão dados. Já era uma CPI particularmente difícil. Pedida por bolsonaristas, ela também tem acusados bolsonaristas. Não tem como um deputado defender investigação sem investigar o próprio lado. Também não consegue empastelar sem ser acusado de passar pano para a oposição.

A situação fica ainda mais complicada devido aos desdobramentos. Absolutamente nada aconteceu após a fala surreal de Flávio Dino. O ministro da Justiça disse publicamente que foram apagadas as imagens do dia em que se tentou dar um golpe de Estado.

Obviamente, há aquela minoria de otários que realmente acredita em justificativas do tipo “a empresa apaga tudo depois de 15 dias”. Fosse um furto a um mercadinho de esquina, já seria suspeito. A primeira medida que qualquer gestor toma quando existe algo de anormal é solicitar e guardar as imagens das câmeras.

Flávio Dino disse com todas as letras que não fez isso e não se sente obrigado. O ministro da Justiça, tendo à disposição imagens do 8 de janeiro, não acha que precisa pedir, guardar e dar à Justiça. Nem STF nem Congresso se mexem diante disso. Quer dizer que todo mundo agora vai achar igual, que não tem mais obrigação de nada.

A tese do “apagão” surge da boca de integrantes do governo do Distrito Federal para falar do ocorrido com a polícia. Já em março e abril o ex-comandante da PMDF coronel Jorge Naime e o governador Ibaneis Rocha usavam a interessante escolha de palavras.

Não existe apagão de polícia. O que seria isso? Imagino que, se toda a força policial estivesse de atestado médico sem trabalhar, isso seria um apagão. É a palavra que dá a ideia de fato natural e inevitável, independente de ação humana. Com muita habilidade, essa escolha peculiar afasta a ideia de culpa.

Depois do escândalo com o general Gonçalves Dias, que o derrubou do GSI, ele próprio passou a adotar a expressão bolsonarista. Estendeu o apagão da segurança para as forças do governo federal.

Logo após o depoimento dele, o presidente da CPI dá uma entrevista falando publicamente de apagão. O recado está dado. Bolsonaristas e lulistas já estão com a expressão na boca. Se ele não adotar, será atacado pelos dois grupos.

Eu já comecei a me acostumar com a ideia de que vou morrer tendo muitas perguntas e poucas respostas sobre os detalhes de toda aquela loucura ocorrida em 8 de janeiro. Resta saber agora que tipo de ficção poderá competir com a nossa realidade.

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