A transparência do Copom contra os ataques de Lula
A Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mostrou que "divergências entre diretores do BC não são políticas", diz o Estadão em editorial publicado nesta quarta-feira (9)...
A Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mostrou que “divergências entre diretores do BC não são políticas”, diz o Estadão em editorial publicado nesta quarta-feira (9).
“A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dirimiu dúvidas sobre as razões que motivaram a redução mais intensa da taxa básica de juros pelo Banco Central (BC). No documento, mais longo que o padrão, o BC explicitou os motivos técnicos que levaram a uma divisão entre os diretores e reafirmou o compromisso do BC de conduzir a inflação de volta à meta”, diz o jornal.
O Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual na semana passada, após meses de manutenção da taxa Selic em 13,75%. O fez, contudo, indicando que não se submetia às pressões do governo Lula, que gritou durante os últimos sete meses contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que acabou por dar o voto de minerva pela redução dos juros na última reunião.
“Faltava, porém, a divulgação da ata para afastar insinuações sobre a existência de motivações políticas a embasar a decisão”, destaca o Estadão. “De forma transparente, o documento mostrou que um grupo não considerava haver sinais suficientes de mudanças no cenário e nas projeções para permitir um corte mais agressivo da taxa básica de juros. Outro, no entanto, destacou a dinâmica recente da inflação e a manutenção das metas de inflação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) como fatores que contribuíram para ancorar as expectativas, o que abria espaço para uma queda mais intensa dos juros”, segue o editorial.
Ao detalhar minuciosamente a decisão, diz o Estadão, “o Banco Central reafirmou sua autonomia de forma transparente e corajosa, deixando claro haver não apenas um compromisso firme de combate à inflação, como também espaço para opiniões divergentes na cúpula da instituição”, finaliza o jornal, acrescentando: “Que este seja, a partir de agora, o padrão de comunicação do BC”.
Reportagem da última edição de Crusoé detalha os grupos em que se divide atualmente o Copom e explica como isso influencia nos debates para alterações na taxa básica de juros.
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