Haddad ‘faz as pazes’ com Campos Neto após queda dos juros
O discurso da vitória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o corte na taxa básica de juros (Selic), trouxe sinalizações ao Banco Central e ao chefe da instituição, Roberto Campos Neto...
O discurso da vitória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o corte na taxa básica de juros (Selic), trouxe sinalizações ao Banco Central e ao chefe da instituição, Roberto Campos Neto.
Haddad passou a ideia de otimismo e pacificação na noite desta quarta-feira (2), na sede da pasta, em Brasília.
“O corte de 0,5% na taxa básica de juros sinaliza que estamos na direção certa. Um avanço no sentido do crescimento econômico sustentável para todos”, comentou.
A redução foi de 0,5 ponto percentual. Com isso, o patamar do indicador fica em 13,25% ao ano. A decisão deixou a equipe econômica aliviada, mas surpreendeu o mercado financeiro, que esperava um corte mais tímido no início do ciclo de baixas.
Haddad deixou de lado a contenda com Campos Neto e teceu elogios a ele. “Sempre mantivemos uma união. Muita abertura no diálogo. Posso assegurar que o diálogo foi o mais elevado possível”, frisou. O ministro declarou ainda que o presidente do BC deu um voto técnico, não político. “É um voto técnico calibrado à luz de tudo o que ele conhece da realidade do país. Tenho certeza que o voto dele foi um voto totalmente balizado em considerações de natureza técnica.”
Para o ministro, o diálogo técnico resultou nesse placar apertado, de cinco a quatro. Haddad acredita que o clima vai melhorar a cada ciclo de reuniões.
“Juros menores, menos inadimplência e um nível de planejamento das famílias e das empresas maior. O mundo vai olhar para o Brasil com mais otimismo”, concluiu.
Nesta quarta, votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual, além de Campos Neto (desempatou), Ailton Aquino, Carolina de Assis Barros, Gabriel Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso.
Votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual os seguintes membros: Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes. Todos ligados a Campos Neto.
O corte veio após meses de contenda entre o Banco Central e o governo federal. O patamar de 13,75% ao ano, o mesmo desde agosto de 2022, inflamou a relação.
A reunião que decidiu a redução foi a primeira com a participação de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino, os indicados do presidente Lula para a cúpula da autarquia.
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