Josias Teófilo, na Crusoé: “O ódio ao passado”
À medida que o tempo passa, e se acumula toda uma vasta bibliografia, o marxismo vai parecendo cada vez mais uma legítima tradição. Só que o elemento destrutivo e antitradicional é preponderante no marxismo...
À medida que o tempo passa, e se acumula toda uma vasta bibliografia, o marxismo vai parecendo cada vez mais uma legítima tradição. Só que o elemento destrutivo e antitradicional é preponderante no marxismo. Seja no âmbito econômico — os países que colocaram em prática a economia marxista viram métodos muito antigos de trocas econômicas serem destruídos pelo sistema planificado —, seja no âmbito cultural, em que toda a história humana é reduzida a luta de classes e “exploração do homem pelo homem”. Até a religião é tratada como ópio do povo.
Se bem que a história da destruição acabou virando uma tradição à parte. Podemos chamá-la de uma tradição negativa? Uma “tradição” que vai cada vez mais fundo no sentido de desenraizar o homem de tudo que o liga ao passado. Diz Marc Fumaroli no livro O Estado Cultural: “O marxismo e seus vários substitutos ou derivados têm o passado como principal adversário”. E mais: “O monumental fracasso do modelo econômico marxista deveria, em princípio, curar-nos de sua transposição para as coisas da arte e do espírito, todavia mais frágeis. Por ora, nada”.
O livro de Fumaroli é de 1991. Ele não chegou a registrar o advento do identitarismo e seus efeitos na política cultural. Para entender o que aconteceu, é preciso…
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