O ‘plano B’ para a PEC da Gastança
Apesar de os petistas se mostrarem otimistas quanto à votação da PEC do Lula (PT) nesta quinta-feira (15) na Câmara, uma ala da base governista do futuro governo Lula...
Apesar de os petistas se mostrarem otimistas quanto à votação da PEC do Lula (PT) nesta quinta-feira (15) na Câmara, uma ala da base governista do futuro governo Lula já admite que não há clima para votar o texto que veio do Senado e que a saída seria editar uma Medida Provisória para garantir o pagamento do Bolsa Família de R$ 600.
Ontem, ao longo do dia, as lideranças da Casa se reuniram com o relator do texto, Elmar Nascimento (União-BA), e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em busca de um acordo. Não houve avanços.
Ao insistir nestes dois pontos, o atual líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), e o futuro líder do governo na Casa, José Guimarães (CE), foram alertados que serão obrigados a negociar no varejo (voto a voto) e não no atacado a aprovação da Emenda Constitucional nestes termos.
Outro alerta dado aos líderes do PT é que a PEC hoje, nos termos atuais, não teria os 308 votos necessários para ser aprovada. Por isso, Lira já trabalha com a possibilidade de votar o texto apenas na terça-feira da semana que vem. E, mesmo assim, com dificuldades. Nas palavras de um influente líder partidário ligado a Lira a este site, “votar uma PEC em semana de recesso é uma missão quase impossível.”
Em meio a essas incertezas, Renan Calheiros (MDB-AL, foto à esquerda) defendeu ontem, em reunião com Lopes e Guimarães no Senado, a edição de uma Medida Provisória para garantir o pagamento do Bolsa Família.
Para isso, porém, o parlamentar alagoano se comprometeu a fazer uma consulta para obter aval do Tribunal de Contas da União e resguardar o governo Lula de acusações relacionadas a crimes de responsabilidade.
A solução, no entanto, não é consensual. A edição de uma MP garantirá que Lula pague o benefício no início do ano que vem, esvaziando o poder de Lira e do Centrão. Pode até complicar seu plano de reeleição.
As próximas horas (talvez os próximos dias) serão de intensas negociações em Brasília.
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