Crusoé: “Onde as pesquisas erraram”
Há doze anos vivendo nos Estados Unidos, o estatístico brasileiro Raphael Nishimura, de 37 anos, é o diretor de amostragem do Survey Research Center, da Universidade de Michigan...
Há doze anos vivendo nos Estados Unidos, o estatístico brasileiro Raphael Nishimura, de 37 anos, é o diretor de amostragem do Survey Research Center, da Universidade de Michigan.
Nesse centro que tem como objeto de estudo vários tipos de pesquisas, Nishimura se dedica a analisar as técnicas de amostragem, em que uma quantidade limitada de entrevistas permite inferir dados para toda uma população e o problema da não resposta, quando indivíduos se negam a participar dos levantamentos. Em entrevista à Crusoé, o estatístico afirmou que a abstenção dos lulistas pode ter atrapalhado as estatísticas sobre intenção de voto.
“A hipótese mais plausível, a meu ver, foi levantada pelo sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, do Ipespe. Enquanto todo mundo está olhando para os votos válidos, ele comparou os votos totais segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o TSE, incluindo abstenções, brancos e nulos, com as últimas pesquisas antes do primeiro turno. Descobriu que os dados, nesse caso, não ficam muito diferentes do resultado final”, disse Nishimura.
“O que se vê daí é que a proporção dos votos totais que Bolsonaro teve fica muito próxima daquela que as pesquisas retrataram pouco antes. Usando a mesma medida, Lavareda notou uma diminuição dos votos para o Lula nas urnas, e também para os candidatos da terceira via. A hipótese que ele levanta é que muitas pessoas declararam preferência pelo petista, mas não saíram para votar no domingo, 2″, acrescentou.
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