Quando o voto deixou de ser secreto?
Chegamos ao cúmulo do patrulhamento político. Nas redes sociais, especialmente, cresce a pressão pelo adesismo a uma ou outra candidatura, como se cada um de nós fosse obrigado a declarar seu voto...
Chegamos ao cúmulo do patrulhamento político. Nas redes sociais, especialmente, cresce a pressão pelo adesismo a uma ou outra candidatura, como se cada um de nós fosse obrigado a declarar seu voto.
Políticos fazem política, o que ajuda a explicar apoios inexplicáveis neste segundo turno, como fez Sergio Moro com Jair Bolsonaro e Ciro Gomes (ou Simone Tebet) com Lula.
É da dinâmica política a composição e a traição, mas isso não é parâmetro para que artistas, jornalistas, professores, empresários, donas de casa e estudantes sejam forçados a encampar qualquer opção e, pior, declará-la aos quatro ventos.
Com a intensificação das interações via plataformas digitais, o ‘efeito manada’ — em sua origem relacionado à fuga coletiva de animais de uma mesma espécie — virou objeto de intensos estudos das ciências sociais, com destaque para a ciência política.
Tal comportamento é explicado, dentre outras coisas, pela busca instintiva por aceitação e segurança, evitando-se o risco de “punições” por agir ou pensar de forma diferente, assim como a busca por benefícios da adesão a determinado líder ou membros de um grupo.
As consequências desse tipo de atitude são imprevisíveis, pois situações de urgência, ou urgência aparente, tendem a passar, assim como as condições que a caracterizaram. Normalmente, são poucos os que se beneficiam desses momentos.
Essa ‘onda’ é turbinada pelo anonimato nas redes e a atuação remunerada de influenciadores e militantes. Não, eles não vieram de graça!
Pode parecer óbvio, mas sugiro reflexão sobre as razões que possam fazê-lo votar em A ou B (L ou B, no caso). Anular ou simplesmente não votar também são opções válidas. Seja qual for sua escolha, ela pode e deve ser mantida em sigilo. Aos que reclamarem, sugira educadamente a leitura da Constituição.
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