As “missões do dia” nos canais evangélicos de Lula
A campanha de Lula declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter ao menos 10 páginas dedicadas à captação de eleitores evangélicos. Nenhuma delas reúne mais de 1,5 mil seguidores, mas mantêm conteúdo diário para tentar reverter, a quatro dias das eleições, a preferência...
A campanha de Lula declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter ao menos 10 páginas dedicadas à captação de eleitores evangélicos. Nenhuma delas reúne mais de 1,5 mil seguidores, mas todas mantêm conteúdo diário para tentar reverter, a quatro dias das eleições, a preferência por Jair Bolsonaro entre o grupo.
O grupo “Evangélicos com Lula” no Telegram é acompanhado por 347 assinantes, que recebem mensagens e “missões” de engajamento da campanha. “A missão do dia é gravar um áudio falando que a paz que queremos não se constrói com mais armas e violência e que isso precisa orientar nosso voto”, diz uma mensagem enviada pela campanha em 5 de setembro. “Envie o áudio para pelo menos dois grupos de WhatsApp [de] que você faz parte.”
Nesta quarta (28), a “missão” envolve convidar três irmãos para que “junto com você sejam voluntários e promotores da paz, e não de guerra, para que essas famílias tenham a começar de nós, o consolo e o amor de Cristo”.
A campanha de Lula também criou um site no qual distribui mensagens ao povo evangélico sem, no entanto, mencionar o PT. Sob o nome “Restitui Brasil”, a página é exibe elementos em azul, amarelo, verde e branco — o vermelho aparece apenas em um tomate, para ilustrar uma foto de comida.
“Somos evangélicos, seguidores de Jesus, membros de diferentes igrejas, em diferentes estados brasileiros, comprometidos com a democracia e com a vida em abundância”, descrevem os criadores da página, identificada no TSE como parte da campanha de Lula. “Assim, acreditamos na eleição de Lula e de Alckmin, como alternativa imediata e urgente para frear os males que nosso país está enfrentando e restituir tudo quando nos foi roubado.”
No último mês, a campanha de Lula obteve avanços no grupo de eleitores evangélicos. Pesquisa da Quaest divulgada nesta quarta-feira (28) mostra que a preferência pelo petista no setor avançou de 25% para 30% em 14 dias — apesar disso, ainda segue bem atrás de Bolsonaro, que mantém cerca de 50% do eleitorado evangélico.
Esses eleitores são centrais para a disputa deste ano e compõem o principal núcleo de apoio a Jair Bolsonaro. A mesma pesquisa da Quaest mostra que, entre religiões não cristãs, Bolsonaro perdeu quase metade do eleitorado, caindo de 30% para 17% em 14 dias.
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