Lula enganou o Centrão
Desde a pré-campanha, Lula trabalhou para atrair seus ex-aliados do Centrão, tanto os que estão na base do governo de Jair Bolsonaro como os 'isentões''. Pode-se dizer que teve sucesso considerável na empreitada, rachando palanques estaduais do presidente e limitando o poder da máquina federal...
Desde a pré-campanha, Lula trabalhou para atrair seus ex-aliados do Centrão, tanto os que estão na base do governo de Jair Bolsonaro como os ‘isentões’. Pode-se dizer que teve sucesso considerável na empreitada, rachando palanques estaduais do presidente e limitando o poder da máquina federal.
Como já publicamos, em diferentes estados, candidatos de PP, PL, PSD e MDB estão direta ou indiretamente apoiando Lula e campanhas petistas. A consolidação da liderança nas pesquisas de opinião contribui para esse movimento, uma vez que a política é movida pela expectativa de poder.
Ninguém quer ficar de fora.
O problema para esses possíveis aliados é que o ex-presidente agora está convicto de sua vitória no segundo turno — e até aposta que ela possa ocorrer no primeiro. Nesta reta final, ele passou a prescindir dos novos aliados e, nos bastidores, monta uma estratégia de guerra para, caso eleito, acabar com o orçamento secreto.
Não tem nada a ver com querer transparência.
Lula sabe que esse mecanismo, criado na gestão frágil de Bolsonaro, virou instrumento de poder de quem comanda o Congresso e não quer correr o risco de ficar na mão de Arthur Lira e seus parceiros. Emissários do petista já pressionam Rosa Weber para colocar em julgamento, após as eleições, as ações que questionam a constitucionalidade dessa modalidade de liberação de recursos.
A tendência é que a maioria dos ministros coloque um ponto final nas chamadas emendas RP-9.
Legendas que mais se beneficiaram do orçamento secreto, PP, PL, PSD, União Brasil e Republicanos correm o risco de perder definitivamente o privilégio. Mas isso não quer dizer que vão fazer oposição a um eventual governo Lula, pois seus caciques sabem que sempre haverá ministérios e estatais para se negociar.
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