“Gestos populistas” de Lula e PT tornam o “diálogo difícil”, diz Temer, sobre eventual apoio
O ex-presidente Michel Temer disse, em entrevista a O Globo publicada nesta quinta-feira (7), que Lula e o PT dificultam uma aliança contra o atual mandatário, Jair Bolsonaro, em um eventual segundo turno...
O ex-presidente Michel Temer disse, em entrevista a O Globo publicada nesta quinta-feira (7), que Lula e o PT dificultam uma aliança contra o atual mandatário, Jair Bolsonaro, em um eventual segundo turno. Ele, porém, não a descartou ainda.
Em sua crítica, Temer destacou a posição do partido sobre a Lei das Estatais, que garante certa autonomia na gestão das estatais — o PT, assim como o atual governo, defendem mudanças na legislação.
“Com quem diz que a Lei das Estatais não deve valer, o diálogo fica difícil”, disse o emedebista, que também criticou petistas e bolsonaristas por seus “gestos populistas” em desrespeito ao teto de gastos (EC nº 95), que foi uma das principais reformas do governo Temer.
Em um plano mais ideológico, o ex-presidente também classificou como impeditivo ao apoio o discurso petista de que a derrubada de Dilma Rousseff do poder, em 2016, foi um “golpe”.
“Fica difícil manter um diálogo transparente quando se diz que foi golpe”, destacou.
Ele reconheceu, porém, não ter “nada contra Lula” e acredita que a retórica do presidenciável serve para agradar sua base.
“Não tenho nada contra o Lula. Acho que ele fala para a base. E para agradar diz essas coisas que falamos aqui como ‘golpe, escravocrata’ e ameaça acabar com o teto de gastos”, afirmou Temer.
“Eu não sei o que pode vir a acontecer”, acrescentou, refletindo sobre seu voto em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro.
Na entrevista, Temer também avaliou a PEC kamikaze, que cria e amplia diversos programas sociais às vésperas das eleições, em ato controverso diante a legislação eleitoral, e com um impacto fiscal estimado em R$ 42 bilhões.
O ex-presidente classificou como “emergência eleitoral” o estado de emergência a ser instituído no Brasil, como previsto na PEC, recém-aprovada pelo Senado e, atualmente, em trâmite relâmpago na Câmara.
“Tudo indica que se trata de uma emergência eleitoral, ainda que tenha uma razão social. Não se pode negar a razão social num país onde há quase 30 milhões de pessoas carentes. Agora, o objetivo é que pode ser criticado. O que foi feito agora no Senado visa precisamente a furar o teto e sem o empecilho eleitoral”, disse Temer.
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