Mary del Priore: “Está na hora de contar como muitos venceram o preconceito”
A historiadora carioca Mary del Priore (foto) cumpriu um percurso notável em universidades brasileiras e estrangeiras, como professora e pesquisadora, diz a Crusoé. Há cerca de duas décadas, passou a se dedicar ao trabalho de divulgação histórica, aproximando os leitores de personagens e momentos cruciais do passado brasileiro...
A historiadora carioca Mary del Priore (foto) cumpriu um percurso notável em universidades brasileiras e estrangeiras, como professora e pesquisadora, diz a Crusoé. Há cerca de duas décadas, passou a se dedicar ao trabalho de divulgação histórica, aproximando os leitores de personagens e momentos cruciais do passado brasileiro.
A tarefa que ela considera urgente para os historiadores brasileiros é complementar a história da escravidão com uma história da mobilidade social, que levou homens e mulheres negros ou mestiços a assumir papéis de protagonismo ainda nos períodos da Colônia e do Império. Em entrevista à Crusoé, ela afirmou:
“O historiador Manolo Florentino, que nos deixou precocemente, insistia que, para entender a miscigenação, era preciso estudar a mobilidade social. O tema é esse: fazer a história da mestiçagem e da mobilidade social e não perder tempo com conceitos abstratos. Desde 1988, devido ao centenário da Abolição, estudamos escravidão. Talvez fosse chegada a hora de se debruçar sobre o pós-escravidão. Ninguém nega que a escravidão maltratou e matou de fome e dor milhares de seres humanos. […] Mas os escravizados e seus descendentes também encontraram brechas no sistema que os oprimia. […]. Está na hora de reunir documentos e construir uma história que conte também como muitos homens e mulheres venceram o preconceito e a desigualdade.”
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