O cavalo dos generais
A reportagem especial de Claudio Dantas sobre o Partido Militar, publicada na Crusoé, desmonta a versão de que Jair Bolsonaro manobra os generais. Na verdade, é o contrário: “O atual presidente da República foi usado pelos generais como Cavalo de Troia para a chegada (democrática) ao poder, com a ocupação, inclusive, da vice-presidência, para garantir as rédeas do processo...
A reportagem especial de Claudio Dantas sobre o Partido Militar, publicada na Crusoé, desmonta a versão de que Jair Bolsonaro manobra os generais.
Na verdade, é o contrário:
“O atual presidente da República foi usado pelos generais como Cavalo de Troia para a chegada (democrática) ao poder, com a ocupação, inclusive, da vice-presidência, para garantir as rédeas do processo, em caso de reincidência por indisciplina ou deslealdade do ex-capitão. Ao fim dos quatro anos do ‘ciclo de planejamento’, os integrantes da reunião do Alto Comando haviam assumido posições de destaque no governo (…).
A imprensa, em geral, costuma atribuir as patacoadas na área de inteligência a Carlos Bolsonaro, mas nada é feito sem supervisão militar, como ocorreu quando o filho 02 do presidente criou a sua Abin paralela. O exemplo histórico do SNI (Serviço Nacional de Informações) ensina que ter à disposição uma fábrica de dossiês, com detalhes sórdidos da rotina de autoridades, pode ser bastante útil na guerra travada nos bastidores de Brasília. Engana-se também quem lê notícias, normalmente com fontes em off, sobre a indignação da ‘ala militar’ com as barbaridades de Bolsonaro. Há tempos, os militares entenderam o ‘método Steve Bannon’ de controle da narrativa e se beneficiam dele. Declarações estapafúrdias, ofensas e ataques institucionais são táticas de guerrilha informacional e servem a governos de matiz autoritário para manter o engajamento da militância, excluir quem não está 100% alinhado e desviar a atenção da imprensa de temas espinhosos e crises internas”.
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