Antonio Palocci: fim da omertà
No dia 6 de setembro, Antonio Palocci se sentou diante de Sérgio Moro, em Curitiba, e rompeu o pacto de silêncio da ORCRIM, entregando Lula, o “comandante máximo” e Dilma Rousseff. O depoimento foi devastador...
No dia 6 de setembro, Antonio Palocci se sentou diante de Sérgio Moro, em Curitiba, e rompeu o pacto de silêncio da ORCRIM, entregando Lula, o “comandante máximo” e Dilma Rousseff.
O depoimento foi devastador.
Palocci afirmou existir um “pacto de sangue” firmado entre Lula e Odebrecht, que garantiu o pagamento de R$ 300 milhões ao PT e ao petista: o pacote incluía a reforma do sítio de Atibaia e a compra do imóvel que serviria de sede para o Instituto Lula.
O ex-braço-direito de Lula e Dilma também descreveu o saque petista à Petrobras, detalhando como o condenado ordenou a José Sérgio Gabrielli, então presidente da estatal, que pedisse às fabricantes de sondas o dinheiro para a campanha de 2010 — as companhias, é claro, seriam recompensadas com contratos superfaturados com a petroleira.
Atordoados com o depoimento, os petistas abriram dias depois processo para a expulsão de Palocci do partido.
Não foi necessário: Palocci anunciou sua desfiliação em uma carta que serve de documento histórico.
Nele, o ex-todo-poderoso ministro petista condenou a subserviência de petistas e simpatizantes a Lula: “Afinal, somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?” Palocci disse ainda que assistiu ao “desmonte moral de Lula”, preocupado unicamente em arrecadar propina.
Palocci encerrou o ano com uma mensagem natalina aos petistas: revelou que o PT recebeu do sanguinário ditador líbio Muamar Kadafi, morto na insurreição de 2011, 1 milhão de dólares para a eleição de Lula em 2002.
Por último, mas não menos importante, Palocci confirmou a Sérgio Moro que é mesmo o “Italiano” das planilhas de propina da Odebrecht.
O Brasil entra em 2018 à espera da formalização da delação premiada do ex-petista.
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