Renan Calheiros e Eunício Oliveira querem limar a pré-candidatura presidencial de Simone Tebet pelo MDB.

Hoje à noite, como já registramos, Eunício vai abrir sua casa para um jantar com Lula, parte da bancada do MDB e senadores lulistas de outros partidos.

O deputado Baleia Rossi, presidente do MDB, que, aliás, também já jantou com Lula, foi avisado do jantar. Ele tem repetido que aposta no projeto de Simone Tebet: dirigentes de MDB, PSDB e União Brasil prometem anunciar uma candidatura única do chamado “centro democrático” em 18 de maio.

Um experiente emedebista conversou com O Antagonista sobre o jantar de hoje e, pedindo reserva, comentou:

“O MDB é um partido complexo. No Nordeste, é Lula, majoritariamente. No Sul, se você pegar a bancada do MDB do agronegócio, por exemplo, é Bolsonaro. Em nenhum dos dois casos, trata-se de afinidade com Lula ou Jair Bolsonaro. É um processo eleitoral, uma conta política. A Simone Tebet é um mal menor nessa divisão toda. Sem ela, o partido racha. Se a Simone não se candidata, o partido racha, porque não dá para ir com Lula ou com o Bolsonaro.”

Ele acrescentou:

“Então, a lógica é a mesma da candidatura de Henrique Meirelles em 2018: o partido não poderia tomar partido entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, para não rachar, e sabia que o Geraldo Alckmin não ia a lugar algum. Então, seguiu-se com o Meirelles. O Renan e o Eunício sabem de tudo isso, mas estão pensando no umbigo deles, porque, para eles, é interessante ter o Lula no palanque. O MDB tem que segurar a candidatura da Simone e, no segundo turno, aí decide o que fazer, quem apoiar. No segundo turno, já teremos tido a eleição das bancadas [no Congresso]. Aí a maioria da bancada decide.”