A campanha de Ciro Gomes (foto), o eterno presidenciável do PDT, se animou nos últimos dias.

A “farofa do centro democrático”, a saída de Sergio Moro da disputa e o que os pedetistas consideram “erros” do PT podem, no entender da turma do Ciro, soprar a favor do agora terceiro colocado nas pesquisas.

As primeiras pesquisas sem o ex-juiz da Lava Jato confirmaram um crescimento de Jair Bolsonaro, como temos noticiado.

“Mas também do Ciro. Bolsonaro e Ciro: ambos herdaram parte do eleitorado do Moro, isso está claro”, ponderou o deputado André Figueiredo (PDT-CE).

O parlamentar, que sempre foi muito próximo de Ciro, acrescentou com a seguinte análise:

“A confusão na candidatura do Lula também favorece o Ciro junto ao eleitorado da esquerda. Lula tem falado demais e Bolsonaro tem falado de menos: por isso a diferença entre os dois diminuiu. Quando um deles fala muito, cai nas pesquisas. Se os dois ficarem de boca fechada, talvez seja melhor para ambos.”

Para André Figueiredo, Lula tem cometido “erros crassos” para “alguém que já foi presidente e tem a experiência política que tem”. O exemplo mais significativo disso, no entender do parlamentar, foi a fala da última segunda-feira (4), quando, em evento da CUT, o petista sugeriu à militância “mapear endereços” de deputado para “conversar com a mulher dele, com o filho dele”.

“Aquilo ali foi algo impensável, um verdadeiro absurdo.”

Sobre possibilidade de Ciro se uniu ao chamado Centro Democrático, que tem cenário ainda bastante confuso, Figueiredo respondeu:

“Possibilidade existe, claro. Estamos abertos a apoios. Queremos o apoio de todos. Só não fazíamos questão do apoio do Moro. Mas os outros são interessantes e esses apoios seriam bem-vindos. Mas não temos também a ilusão de achar que isso possa acontecer se o Ciro não mostrar o crescimento que a gente espera nas próximas semanas.”