Está tudo decidido (mas não está)
A pesquisa do Datafolha é igualzinha às da Quaest e do BTG, publicadas na última semana. Lula teve, respectivamente, 43%, 44% e 43%. Bolsonaro teve 26%, 26% e 29%. Moro teve 8%, 7% e 8%. Os outros candidatos repetiram seus números, dentro da margem de erro. E os jornalistas repetiram suas análises. Eu repito as minhas, fora da margem de erro, como sempre. Lula perdeu uns pontinhos contra Bolsonaro. No segundo turno, de acordo com o Datafolha, ele teve 4 pontos a menos. Mas é bom notar que ele perdeu também 3 pontos contra Moro, 2 pontos contra Ciro e 3 pontos contra Doria...
A pesquisa do Datafolha é igualzinha às da Quaest e do BTG, publicadas na última semana.
Lula teve, respectivamente, 43%, 44% e 43%. Bolsonaro teve 26%, 26% e 29%. Moro teve 8%, 7% e 8%. Os outros candidatos repetiram seus números, dentro da margem de erro. E os jornalistas repetiram suas análises. Eu repito as minhas, fora da margem de erro, como sempre.
Lula perdeu uns pontinhos contra Bolsonaro. No segundo turno, de acordo com o Datafolha, ele teve 4 pontos a menos. Mas é bom notar que ele perdeu também 3 pontos contra Moro, 2 pontos contra Ciro e 3 pontos contra Doria. Até outubro, Lula deve perder mais do que isso, pois uma parte do eleitorado ainda se lembra do departamento de propinas da Odebrecht. Apesar disso, ele pode comemorar os resultados das pesquisas, porque continua disparado em primeiro lugar e porque Bolsonaro, do qual ele depende para apagar seu passado, conta com uma leve brisa a seu favor.
Com brisa ou sem brisa, Bolsonaro arrebanha apenas um quarto dos eleitores. É um número bisonho para um presidente da República. E é ainda mais bisonho quando se considera que ele precisa de 50% dos votos para se eleger. O que eu escrevi depois da pesquisa do BTG vale também para a pesquisa do Datafolha: Bolsonaro é o rejeitado dos rejeitados. No segundo turno, contra qualquer candidato, ele não chega nem aos 40% dos votos. Moro, de acordo com o Datafolha, derrota-o por 42% a 34%. Ciro Gomes, por 46% a 37%. Nem contra João Doria, que tem 1% dos votos, Bolsonaro consegue atingir os 40 pontos: ele fica nos 39.
A Terceira Via deprimiu-se com a pesquisa e ela está certa: o resultado é deprimente mesmo. Não para a Terceira Via, e sim para os eleitores. Os candidatos que podem ser postos no tal bloco centrista somam uns 14% do total. É pouco, claro, mas quando o segundo colocado tem apenas 26%, nem é tão ruim assim. O total de eleitores nem-nem, incluindo aqueles que votam nulo ou em branco, soma 29%. A demanda por um candidato da Terceira Via é grande, o que falta é a oferta.
Os números congelados das pesquisas dão a impressão de que a coisa já está decidida: Lula eleito no segundo turno, com mais de 20 pontos de vantagem sobre Bolsonaro, na conta dos votos válidos. Mas o eleitor muda. De fato, até aquele que diz que não vai mudar pode acabar mudando.
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