Senadores antiarmas são ameaçados; Polícia Legislativa investiga
Pelo menos quatro parlamentares que se manifestaram contra o projeto de lei que flexibiliza o porte de armas foram ameaçados por supostos atiradores esportivos e apoiadores de Jair Bolsonaro. A Polícia Legislativa do Senado investiga o caso...
Pelo menos quatro parlamentares que se manifestaram contra o projeto de lei que flexibiliza o porte de armas foram ameaçados por supostos atiradores esportivos e apoiadores de Jair Bolsonaro. A Polícia Legislativa do Senado investiga o caso.
Ao longo desta semana, senadores como Eliziane Gama (Cidadania-MA), Simone Tebet (MDB-MS), Fabiano Contarato (PT-ES) e até o conservador Eduardo Girão (Podemos-CE) foram ameaçados por terem trabalhado contra a aprovação do texto na CCJ da Casa.
Como mostramos, após articulação destes senadores, a CCJ do Senado adiou a votação da matéria.
O projeto, de autoria de Jair Bolsonaro e capitaneado por Flávio Bolsonaro, estabelece que a quantidade de armas autorizadas para caça ou tiro esportivo aos chamados CACs – Colecionadores, atiradores e caçadores – será regulamentada pelo Comando do Exército, mas autoriza que cada pessoa tenha, no mínimo, de 16 armas – entre as quais até seis de calibre restrito.
Esta semana, Eliziane Gama e Tebet foram chamadas de “cadelas” em um e-mail enviado por uma pessoa identificada como Júnior de Jesus ao gabinete de Eduardo Girão.
“Vocês, as cadelas da Tebet e da Eliziana (sic) do gay e mais alguns filhos da p* só provam que vocês são na realidade… ladrões golpistas”, diz o e-mail ao qual O Antagonista teve acesso.
“Esse caso extrapola um pouco, isso vai além, porque é uma ofensa a todo o parlamento, quando um senador ou uma senadora da República recebe qualquer tipo de ameaça ou qualquer constrangimento ou intimidação em razão de suas palavras, de suas opiniões ou de seus votos”, disse há pouco o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Os parlamentares registraram um boletim de ocorrência e o caso já está sob investigação da Polícia Legislativa da casa.
“Eu, como relator da matéria, me sinto enojado com essas ameaças”, disse o senador Marcos do Val (Podemos-ES).
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