Aécio retoma espaços no PSDB (e na política)
Mesmo os adversários internos admitem hoje que Aécio Neves (foto) conseguiu retomar espaços no PSDB -- partido ao qual está filiado desde 1989 e que presidiu entre 2013 e 2017 -- e na política como um todo. Em 2019, o PSDB decidiu não expulsar Aécio no processo aberto em razão da delação da JBS -- dois anos antes, uma gravação havia revelado uma conversa entre o tucano e o empresário Joesley Batista sobre um pagamento de R$ 2 milhões para advogados...
Mesmo os adversários internos admitem hoje que Aécio Neves (foto) conseguiu retomar espaços no PSDB — partido ao qual está filiado desde 1989 e que presidiu entre 2013 e 2017 — e na política como um todo.
Em 2019, o PSDB decidiu não expulsar Aécio no processo aberto em razão da delação da JBS — dois anos antes, uma gravação havia revelado uma conversa entre o tucano e o empresário Joesley Batista sobre um pagamento de R$ 2 milhões para advogados. A alegação oficial para livrar Aécio foi a de que o tucano não havia sido condenado com trânsito em julgado. Em novembro do ano passado, Aécio disse que cogitar a saída dele do PSDB era “hipótese ridícula”.
Depois de ter sido derrotado por Dilma Rousseff no segundo turno da corrida presidencial, em 2014, em votação apertada, Aécio submergiu, saiu dos holofotes, mas nunca deixou de se movimentar nos bastidores. Nas últimas eleições, foi o 19º mais votado para uma vaga na Câmara por Minas Gerais e, com 106.702 votos, garantiu lugar em Brasília.
No início do mandato, Aécio evitava circular pelo Salão Verde, embora marcasse presença no plenário para as votações. Acabou se aproximando ainda mais de Arthur Lira e ajudou o colega alagoano do PP a virar presidente da Câmara. Em troca, ganhou o comando da prestigiada Comissão de Relações Exteriores.
Na bancada de 31 deputados do PSDB, o neto de Tancredo Neves tem “respeito”, “admiração” e “prestígio”, dizem os parlamentares. “Não dá para negar a capacidade de articulação política dele”, disse um tucano, em reservado. “Ele é muito respeitado, mas, digamos, que hoje o PSDB toca o barco sem ele: ele não é alguém entranhado no partido”, ponderou outro parlamentar da legenda.
Internamente, Aécio se firmou como líder do grupo opositor a João Doria, com quem não conversa. O mineiro fez campanha para Eduardo Leite nas prévias de novembro do ano passado, mas, mesmo com a vitória de Doria sobre o governador do Rio Grande do Sul, não se considerou derrotado.
Há quem acredite que Aécio sonha em retomar o comando do PSDB, mesmo que no médio ou no longo prazo — o deputado não toca nesse assunto com ninguém. Neste ano, ele deve tentar a reeleição, convencendo-se do que um colega tucano costuma dizer:
“Na política, ninguém morre.”
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