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Terceira Via unificada ganha eleição

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Carlos Graieb
3 minutos de leitura 12.02.2022 17:01 comentários
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Terceira Via unificada ganha eleição

Quem conversa com pesquisadores e cientistas políticos sabe que eles têm um repertório de máximas retirado da história das eleições brasileiras. São frases como "candidato à reeleição que chega ao segundo turno em desvantagem perde", "político com menos de 10% em janeiro não vai para o segundo turno" ou, cruel no cenário atual, "Terceira Via não ganha eleição no Brasil".  Muita gente ouve essas frases e acha que são previsões do futuro, mas não...

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Terceira Via unificada ganha eleição
Reprodução/Twitter/Sergio Moro

Quem conversa com pesquisadores e cientistas políticos sabe que eles têm um repertório de máximas retirado da história das eleições brasileiras. São frases como “candidato à reeleição que chega ao segundo turno em desvantagem perde”, “político com menos de 10% em janeiro não vai para o segundo turno” ou, cruel no cenário atual, “Terceira Via não ganha eleição no Brasil”

Muita gente ouve essas frases e acha que são previsões do futuro, mas não. Elas indicam probabilidades: aquilo que tem mais chance de acontecer quando as circunstâncias não variam muito. 

Perguntei nesta semana a um profissional com décadas de experiência em eleições o que a história tem a dizer sobre a unificação de candidaturas de Terceira Via. A resposta foi: nada. 

Até onde ele pudesse se lembrar, não há exemplo de candidatura alternativa que tenha resultado de um gesto de desapego e conciliação de diversos postulantes. 

Portanto, se isso acontecesse, a disputa de 2022 passaria a ter algo de imponderável, algo que ainda não foi testado. 

Nessas situações, apostas feitas com base no passado valem menos. É quando as surpresas ganham vida. 

Esse é apenas um outro modo de dizer aquilo que todos os eleitores que desejam ver rompida a polarização entre Lula e Bolsonaro já sabem: fragmentada, a Terceira Via não vai longe. Esse cenário, sim, já foi testado várias vezes. Não há motivos para acreditar que o resultado será diferente desta vez.

Segundo o pesquisador com quem falei, a discussão sobre uma candidatura de consenso é um pouco mais complexa do que parece. Ela deve levar em conta tanto as intenções de voto quanto os índices de rejeição – o que significa que tanto Sergio Moro quanto uma candidata pouco rejeitada como Simone Tebet deveriam ser mantidos na equação neste momento. 

Outro fator a se levar em conta é a vontade dos partidos. Ela talvez seja ainda mais significativa que a dos candidatos. 

O PSD, por exemplo, não lançou Rodrigo Pacheco à presidência porque espera que ele ganhe. Lançou-o, porque não quer se comprometer nem com Lula nem com Bolsonaro no primeiro turno, deixando seus candidatos nos Estados livres para subirem no palanque que lhes for mais conveniente. Se a região for lulista, apoia-se Lula; se for bolsonarista, apoia-se Bolsonaro. Se Pacheco passar por ali, aperta-se a sua mão sem fazer muito alarde. Com isso, a legenda tem mais chances de eleger muitos deputados federais, algo determinante na hora da divisão do fundo partidário

Nunca é fácil mudar a história. Há muitos interesses e muitas variáveis a se levar em conta. Mas é cedo para jogar a toalha. O ano de 2022 ainda pode acrescentar uma nova máxima ao repertório dos cientistas políticos: Terceira Via unificada ganha eleição.

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Carlos Graieb

Carlos Graieb é jornalista formado em Direito, editor sênior do portal O Antagonista e da revista Crusoé. Atuou em veículos como Estadão e Veja. Foi secretário de comunicação do Estado de São Paulo (2017-2018). Cursa a pós-graduação em Filosofia do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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