Mario Sabino: O hipogrifo
Em sua coluna desta sexta-feira (13) na Crusoé, Mario Sabino comentou a decisão da Segunda Turma do STF que anulou toda a investigação desencadeada por operação da PF no ano passado, que mirou suposto esquema de tráfico de influência no STJ e no TCU com desvio de recursos públicos do Sistema S...
Em sua coluna desta sexta-feira (13) na Crusoé, Mario Sabino comentou a decisão da Segunda turma do STF que anulou toda a investigação desencadeada por operação da PF no ano passado, que mirou suposto esquema de tráfico de influência no STJ e no TCU com desvio de recursos públicos do Sistema S.
“Enquanto Jair Bolsonaro desfilava tanques de fumaça contra ministros do STF na Praça dos Três Poderes, ministros do STF continuavam infatigáveis no seu trabalho de lançar uma cortina de fumaça sobre o Judiciário. Nesta semana ainda mais pitoresca do que o habitual, a Segunda Turma do tribunal confirmou uma decisão monocrática de Gilmar Mendes, proferida em abril, e anulou a ação penal aberta pela Lava Jato do Rio de Janeiro contra advogados acusados de desviar 151 milhões de reais da Fecomércio fluminense, para comprar sentenças no STJ e no TCU.”
“O cidadão aqui, assim como o cidadão aí, está na estranha situação de ter de defender o STF contra os ataques de Jair Bolsonaro às instituições democráticas — e, ao mesmo tempo, horrorizar-se com a demolição promovida pelo STF de todas as tentativas de investigar gente poderosa.”
“Diante de tal monstruosidade, recorro à literatura, para lhe emprestar uma imagem. Mais precisamente, a Jorge Luis Borges, de quem tive a honra de assistir a uma conferência, em 1984, em São Paulo. Em O Livro dos Seres Imaginários, uma espécie de bestiário escrito em chave poética, o escritor argentino dedica um capítulo ao hipogrifo.”
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