Documentos mostram que Itamaraty foi usado para disseminar fake news sobre a pandemia
Documentos enviados à CPI da Covid, e obtidos por O Antagonista, mostram que a estrutura do Ministério das Relações Exteriores foi usada, ao longo do ano passado, para disseminar fake news, criticar estudos científicos e sabotar medidas restritivas no enfrentamento da pandemia...
Documentos enviados à CPI da Covid, e obtidos por O Antagonista, mostram que a estrutura do Ministério das Relações Exteriores foi usada, ao longo do ano passado, para disseminar fake news, criticar estudos científicos e sabotar medidas restritivas no enfrentamento da pandemia.
Uma rodada de conferências virtuais organizadas pela Fundação Alexandre de Gusmão, sob o título “Desafios e perspectivas para o Brasil no pós-pandemia”, deu palco para integrantes do ‘Ministério da Saúde paralelo’, assessores e blogueiros bolsonaristas, inclusive aqueles investigados no inquérito dos atos antidemocráticos.
Dentre os “palestrantes”, estão o assessor internacional Filipe G. Martins e o bloqueiro Allan dos Santos, além da juíza Ludmila Lins Grilo. O Antagonista cruzou as informações enviadas à CPI com documentos e vídeos divulgados pelo próprio MRE (continua abaixo).
Uma dos encontros virtuais, realizado em 2 de junho, reuniu o ‘magrelo porra louca’ Arthur Weintraub; e o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, que condenaram o uso de máscaras e defenderam a cloroquina.
“Eis que surge um remédio que, em outras pandemias foi utilizado, e é utilizado há 70 anos: cloroquina ou hidroxicloroquina, como queiram. O presidente dos Estados Unidos e o presidente do Brasil chegaram a defender o uso do remédio e começou um negócio refratário completo pelo mundo: ‘cloroquina é ruim, hidroxicloroquina é veneno, não se pode tomar’. É um contrassenso absoluto”, disse na ocasião Weintraub.
Angotti Neto completou: “Nós chegamos, quando a gente faz uma análise de impacto político, econômico e cultural, a uma situação muito interessante, interessante entre aspas, isso é um pouco assustador na verdade, em que vizinhos já se sentem no direito de ver alguém passando sem máscara e fazer uma denúncia para a polícia. Isso é praticamente a vigilância do quarteirão lá em Cuba.”
Nas informações enviadas à CPI, a Funag não diz se os palestrantes foram remunerados. Mas um documento, obtido pela reportagem mostra que, na gestão de Ernesto Araújo, foram estabelecidos novos parâmetros para o pagamento de palestras (R$ 5,5 mil), conferências (R$ 10 mil) e direitos autorais (R$ 7,5 mil).
Assista ao trecho em que Weintraub defende o uso da cloroquina em evento de órgão do Itamaraty:
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