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O que deputados e senadores pensam sobre o parlamentarismo

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Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 24.05.2021 17:07 comentários
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O que deputados e senadores pensam sobre o parlamentarismo

José Sarney, como registramos mais cedo, defendeu o parlamentarismo no Brasil, em entrevista ao Correio Braziliense. O Antagonista ouviu a opinião atualizada de deputados e senadores sobre esse eterno tema em Brasília...

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O que deputados e senadores pensam sobre o parlamentarismo
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

José Sarney, como registramos mais cedo, defendeu o parlamentarismo no Brasil, em entrevista ao Correio Braziliense.

O Antagonista ouviu a opinião atualizada de deputados e senadores sobre esse eterno tema em Brasília.

“Sou um defensor do parlamentarismo, mas não vejo, hoje, a menor aprovação da população quanto a isso. Então, acho difícil de ser implementado e muito difícil, no curto prazo, que isso seja discutido, sem a convocação de uma Constituinte”, disse o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP.

“Sou parlamentarista de carteirinha. O debate nunca chegou à profundidade necessária no Brasil. O parlamentarismo é o melhor sistema de governo para se sair de crises e, no Brasil, as crises são repetitivas. Não tenho dúvidas de que seria um salto muito grande para a nossa democracia”, afirmou o deputado Danilo Forte, do PSDB do Ceará. O também tucano Eduardo Cury, de São Paulo, defendeu “apoio total” ao parlamentarismo.

O deputado José Nelto, do Podemos de Goiás, disse que, primeiro, é preciso acabar com a possibilidade de reeleição.

“Sem acabar com reeleição, parlamentarismo é golpe. Mas sou um defensor. Minha primeira ação política no Congresso foi uma reunião com o senador José Serra para tratar desse tema. O Brasil errou ao apostar no presidencialismo.”

Para o deputado Arthur Maia, do DEM da Bahia, o parlamentarismo também seria uma solução, mas “temos que reduzir o número de partidos”.

O senador Zequinha Marinho, do PSC do Pará, afirmou que sua opinião é semelhante à do ex-presidente Sarney. “Precisamos rever o sistema o quanto antes e buscar estabilidade política para trabalhar e produzir”, acrescentou.

O deputado Rubens Bueno disse que o Cidadania, partido do qual é vice-presidente nacional, sempre defendeu o parlamentarismo.

“Desde a Constituição de 1988. É um sistema mais democrático e muito mais ágil para resolver crises políticas. Se nosso sistema hoje fosse esse, Bolsonaro, diante da incompetência na gerência da pandemia da Covid, não seria mais o chefe do governo. O parlamentarismo seria um ótimo caminho para a evolução da política brasileira.”

O senador Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, ponderou que, no entender dele, “primeiro, o brasileiro precisa compreender melhor o sistema político e valorizar mais seu voto”.

“Não interessa para o Brasil um parlamentarismo disfuncional, dominado pelo Centrão e seus ‘Cunhas’ [referência a Eduardo Cunha] genéricos.”

O deputado Fábio Trad, do PSD do Mato Grosso do Sul, é a favor da mudança para o parlamentarismo.

“Hoje, o país vive um arremedo de parlamentarismo fisiológico, porque não é segredo que quem manda no Brasil é o Centrão e o Centrão é ‘congressual’. Defendo o parlamentarismo, porque esse sistema permitirá expor as vísceras da relação Legislativo-Executivo.”

Júnior Bozzella, deputado do PSL de São Paulo, disse ser “consenso entre as cabeças pensantes deste país a necessidade urgente de uma ampla reforma política”.

“José Sarney é um homem lúcido. Infelizmente, o presidencialismo, justamente pela maneira como o Executivo depende do Parlamento, favorece a prevaricação, o ‘toma lá, da cá’ e todo tipo de relação nefasta entre os Poderes. O exemplo está aí: entra presidente, sai presidente, mudam os nomes, mas as práticas permanecem exatamente as mesmas. Não há dúvidas de que uma mudança é necessária. A dúvida é se o Brasil está pronto para isso.”

O deputado Paulo Eduardo Martins, do PSC do Paraná, disse que “o nosso sistema presidencialista é caótico, no qual o presidente é obrigado a compor com o Parlamento, mas o Parlamento não tem responsabilidade de ser governo, o que gera uma tensão permanente e ‘toma lá, da cá'”.

“No parlamentarismo, o governo é fruto de um acordo do Parlamento a respeito de determinada agenda e o desacordo pode levar à dissolução do Parlamento eleito, o que faz com que todos os parlamentares [no entender do deputado, claro] tenham interesse em fazer com que o governo funcione. No Império, vivíamos sob um regime parlamentar monárquico, decorrente de nosso processo histórico de formação. Esse parlamentarismo deveria existir até hoje.”

O deputado Heitor Freire, do PSL do Ceará, opinou:

“Eu acredito que, quanto menos Estado, melhor. Defendo o voto distrital e as eleições avulsas [de candidatos não filiados a partidos]. Com menos mecanismos para perpetuar a corrupção no Brasil, teremos mais condições para mitigar esse nosso grande câncer.”

Delegado Waldir, deputado do PSL de Goiás, foi o único a responder a este site ser contra a proposta de parlamentarismo. Ele justificou assim:

“Não podemos continuar fazendo do país um laboratório. O presidencialismo, com altos e baixos, tem permitido a democracia. Afastamos pelo impeachment dois presidentes. Sou contrário a essa ideia.”

O deputado Bibo Nunes, do PSL do Rio Grande do Sul, disse que “não é momento para discutir parlamentarismo” e que “devemos fortalecer o presidencialismo, que é um bom sistema político”.

O senador Jorge Kajuru, do Podemos de Goiás, afirmou ser “100% parlamentarista”, porque “o parlamentarismo ameniza as crises políticas”.

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