“É um novo mensalão”, diz fundador da associação Contas Abertas
O economista Gil Castello Branco, fundador da associação Contas Abertas, avalia que o governo Bolsonaro driblou o orçamento oficial, os órgãos de controle e até o Congresso Nacional ao criar uma forma de distribuir recursos para um grupo seleto de parlamentares...
O economista Gil Castello Branco, fundador da associação Contas Abertas, avalia que o governo Bolsonaro driblou o orçamento oficial, os órgãos de controle e até o Congresso Nacional ao criar uma forma de distribuir recursos para um grupo seleto de parlamentares.
“Esse caso é mais uma vez compra de apoio político disfarçado de emenda parlamentar. É uma espécie de mensalão com recursos do orçamento para favorecer alguns parlamentares que o governo resolveu contemplar. Não tem transparência, porque não se sabe quem foi o autor do pedido e o local beneficiado.”
Gil lembra que as emendas parlamentares são impositivas e todos têm direito a elas na elaboração do orçamento. No primeiro ano do governo, porém, foi criada a figura da “emenda do relator”, que funciona como um guarda-chuva para esses pedidos nada republicanos.
“Percebe-se claramente que poucos deputados e senadores têm o privilégio de encaminhar pedidos diretos ao Ministério do Desenvolvimento Regional, no caso, para alocar recursos em programas historicamente usados com fins eleitoreiros, como pavimentação, perfuração de poços e compra de equipamentos agrícolas.”
Ele ressalta que é “extremamente difícil fiscalizar a aplicação desse recurso da maneira como está sendo aplicado”. “Isso tem que ser investigado.”
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