Até aqui, costuras para a CPI da Covid confirmam Renan e Aziz; Bolsonaro perde
O governo federal está perdendo batalha atrás de batalha nas costuras políticas para o funcionamento da CPI da Covid, que deve começar realmente na próxima semana...
O governo federal está perdendo batalha atrás de batalha nas costuras políticas para o funcionamento da CPI da Covid, que deve começar realmente na próxima semana.
Omar Aziz, do PSD do Amazonas, que se diz independente, acredita hoje que tem a maioria do colegiado para ser confirmado no comando da comissão. Publicamente, ele ainda evita falar como presidente da CPI.
Randolfe Rodrigues (Rede), líder da oposição no Senado e autor do pedido da CPI, muito provavelmente garantirá a vice-presidência.
Já a relatoria poderá mesmo ficar com Renan Calheiros, opositor do governo. O governo Bolsonaro, por meio do seu líder no Senado, Fernando Bezerra Coelho, tentou convencer Eduardo Braga a ser o relator, como noticiamos mais cedo, mas Braga acabou batendo o pé na indicação do alagoano. Nos bastidores, emedebistas dizem que Braga, atual líder da bancada, ficaria com “muito poder” se acumulasse a função.
Apesar do otimismo de Renan e aliados, o senador Marcos Rogério (DEM), um dos vice-líderes do governo no Congresso, ainda tenta cavar a relatoria, com quase zero de chance de ter êxito.
Um senador com mais de 30 anos de Congresso e que não compõe a CPI comentou com este site sobre a provável relatoria nas mãos de Renan:
“Isto é o que acaba com qualquer CPI: colocar cabrito para cuidar da horta.”
O Antagonista perguntou a um dos titulares da comissão se não é um problema ter um opositor ferrenho ao governo na relatoria. Ele respondeu, pedindo reserva:
“O Renan vai relatar fatos. Ele não é doido de inventar historinhas. Ele poderá fazer o relatório que quiser, mas a comissão é que vai aprovar ou não o relatório dele.”
O Palácio do Planalto perdeu ao apostar que deixar Rodrigo Pacheco cozinhando a CPI, protocolada no início de fevereiro, seria o suficiente para deixar o assunto morrer. A decisão de Luís Roberto Barroso — confirmada no plenário do STF — de determinar a instalação da comissão, no último dia 8, deixou o governo Bolsonaro zonzo.
Inicialmente, o Planalto tentou trabalhar na retirada de assinaturas de apoio à CPI. Não deu certo. Depois, focou no esforço de ampliar o escopo das investigações, incluindo governadores e prefeitos. Também não deu muito certo. Embora haja um consenso de que “fatos conexos” poderão ser apurados, o foco dos trabalhos, na largada, será mesmo o governo federal.
A composição da CPI, com maioria de opositores, também foi um baque para o Planalto. Agora, em se confirmando, principalmente, a relatoria nas mãos de Renan Calheiros, Bolsonaro poderá ficar ainda mais desesperado.
Por mais que possam existir acordos prévios, a confirmação oficial do presidente, vice-presidente e relator ocorrerá somente na primeira sessão da CPI.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)