Aumenta a pressão sobre o Congresso por “ações urgentes e concretas” na pandemia
Banqueiros e empresários jantaram ontem com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, em São Paulo, como registramos mais cedo. O encontro ocorreu após a divulgação de um manifesto com duras críticas à gestão da pandemia...
Banqueiros e empresários jantaram ontem com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, em São Paulo, como registramos mais cedo. O encontro ocorreu após a divulgação de um manifesto com duras críticas à gestão da pandemia.
Antes, Lira se reuniu, também na capital paulista, com representantes de hospitais e planos de saúde. Nos encontros, o deputado e o senador quiseram “colocar o Congresso à disposição” para tudo o que for preciso ser feito no enfrentamento da pandemia, que vive seu momento mais dramático até aqui.
Lira deixou claro que “não dá para pensar no futuro” diante da situação atual. Ele insistiu que é preciso “encontrar soluções” sem aumentar atritos entre os Poderes.
Nas conversas, ficou clara a preocupação de todos os lados com o agravamento da pandemia e em como a crise está piorando rapidamente, com falta de vacinas, de leitos e também de medicamentos para intubação.
Lira e Pacheco ouviram críticas pontuais de empresários ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Um deles chegou a dizer que “falta chancelaria no Brasil”, o que ajudaria a explicar o desastre da pandemia por aqui.
Capitaneado por empresários como Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Abílio Diniz (Carrefour) e Flávio Rocha (Riachuelo), o grupo fez algumas sugestões. Angustiados com “o que vai sobrar do Brasil” depois da pandemia, eles defenderam que é preciso agir com “ações urgentes e concretas” e “vacina para todo mundo o mais rápido possível”.
Os empresários sugeriram, por exemplo, que o governo zere a alíquota de importação de insumos para sedação de pacientes por pelo menos 90 dias. Também pediram que o Congresso dê o aval para que empresas privadas possam realmente comprar vacinas para livre distribuição — o projeto aprovado recentemente autoriza a compra de vacinas por empresas somente após a vacinação dos grupos prioritários e com obrigatoriedade de doações de doses ao governo federal.
Os empresários aproveitaram para rebater as críticas de que o setor privado está querendo “furar a fila” da vacinação. Para eles, a vacinação de funcionários ajudará o país a enfrentar a pandemia, inclusive desafogando o SUS.
Pacheco e Lira ouviram tudo demonstrando estarem um pouco mais convencidos de que Bolsonaro não vai mudar sua postura e que será preciso “correr por fora”. Amanhã, o presidente da República, em tese, vai liderar uma reunião com representantes dos outros Poderes.
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