Petistas veem governo Bolsonaro “fazendo de tudo” para tirar Lula de 2022
Nesta semana, Jair Bolsonaro condecorou centenas de militares e civis com a Ordem do Mérito Militar, criada para homenagear quem tenha prestado "serviços relevantes à nação brasileira, especialmente ao Exército". Um dos que receberam a honraria foi Kassio Nunes Marques, peça importante no julgamento sobre a suspeição de Sergio Moro...
Nesta semana, Jair Bolsonaro condecorou centenas de militares e civis com a Ordem do Mérito Militar, criada para homenagear quem tenha prestado “serviços relevantes à nação brasileira, especialmente ao Exército”.
Um dos que receberam a honraria foi Kassio Nunes Marques, peça importante no julgamento sobre a suspeição de Sergio Moro, interrompido na semana passada pelo ministro indicado por Bolsonaro.
Petistas veem na homenagem do presidente ao ministro do STF uma tentativa de influenciar no julgamento de Moro, que tem reflexos na situação política de Lula. Também na semana passada, Edson Fachin anulou todas as condenações envolvendo o ex-presidente no âmbito da Lava Jato, tornando-o elegível novamente.
“Eles [o governo Bolsonaro] estão construindo a ilegibilidade do Lula”, disse a O Antagonista o deputado petista Enio Verri, que liderou a bancada do partido na Câmara no ano passado.
“Por outro lado, acho que essa premiação ao Kassio pode ter sido um tiro no pé. O ministro pode pensar: ‘Agora ficou chato, como vou votar? Vão dizer que ele me comprou’. Parece-me, mais uma vez, que o Bolsonaro entrou em uma fria e morrerá pela boca”, acrescentou Verri.
Ontem à noite, como registramos, Bolsonaro disse a apoiadores achar que Lula não ficará elegível. Hoje, em entrevista à Rádio Tupi, Hamilton Mourão afirmou que “Lula ficou no passado”.
“É uma demonstração de receio do Bolsonaro e do Mourão. Ao falarem sobre a situação política do Lula, vejo muito mais uma manifestação do que desejam do que propriamente o que vai acontecer”, comentou o deputado petista Paulo Pimenta, que batia ponto em Curitiba quando o ex-presidente estava preso.
Para Pimenta, a homenagem ao ministro Kassio nesta semana “é um fato curioso”.
“O ministro pede vistas no julgamento do Moro e aí é condecorado. Não sei até que ponto o Kassio vai se sensibilizar com isso. A tese da elegibilidade do Lula, na minha visão, está consolidada no mundo jurídico”, emendou.
O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, que foi ministro da Saúde no primeiro governo Lula, disse acreditar que o governo Bolsonaro “com certeza está se mexendo” para que o ex-presidente não concorra no ano que vem.
“Com certeza. Não sei se vai ter resultado, mas que estão se mexendo, estão. Parece-me que o Kassio é uma pessoa muito decente. Pressão sempre há, mas não sei se ele vai se submeter a esse tipo de coisa. O Bolsonaro vai tentar de todo jeito, até porque sabe que dificilmente conseguiria ganhar uma eleição do Lula em eventual segundo turno.”
O senador petista Jean-Paul Prates, atual líder da minoria no Senado, afirmou ser claro que “o atual governo enxerga em Lula a principal ameaça à reeleição de Bolsonaro”. Ele defendeu que os petistas explorem “o legado” dos governos do partido.
“Nós, do outro lado, temos que trabalhar para consolidar a reversão do massacre que Lula e o PT sofreram durante os últimos anos como se fôssemos fonte originária de toda a corrupção no Brasil.”
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