“Não há impunidade”
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima defendeu os descontos de pena negociados com os delatores...
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima defendeu os descontos de pena negociados com os delatores.
Ele disse ao Estadão:
“Imaginemos a hipótese de não termos fechado o acordo. Conseguiríamos algumas condenações de executivos da Odebrecht e de poucos funcionários públicos. Talvez Marcelo Odebrecht ficasse cinco anos em regime fechado, o que corresponde a uma pena de 30 anos de prisão – bastante alta para o padrão brasileiro.
Mas não teríamos descoberto noventa por cento dos crimes revelados pelo acordo, e outros cinco por cento que desconfiávamos existir acabariam sendo arquivados por falta de provas. Ainda assim esses cinco por cento restantes teriam sido um belo resultado quando comparado com nossa história de impunidade. Seria melhor mesmo que o Mensalão, o mais importante caso em termos históricos até a Lava Jato. Coloque-se tudo isso de um lado da balança e de outro os 950 depoimentos em cerca de 300 casos criminais contra toda a elite politica do país. Esse é o dilema que nos deparamos e, dentro do que estabelece a lei, decidimos resolver no sentido de fazermos o acordo.
E não é verdade que os colaboradores da Odebrecht sairão impunes. Se não bastasse a obrigação da empresa de pagar quase R$ 7 bilhões, Marcelo Odebrecht, por exemplo, ficará dois anos e meio preso em regime fechado, muito mais que a condenação de José Dirceu no Mensalão. Não há impunidade, apenas uma decisão pelo que é melhor para o interesse público”.
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