Mario Sabino: a cota da má consciência
"Na escola do meu filho mais novo e também em outras cuja clientela pertence à classe média de verdade, não aquela do IBGE, pais se movimentam para dar bolsas de estudos para alunos negros e criar cotas para professores igualmente negros", escreve Mario Sabino em sua coluna na Crusoé...
“Na escola do meu filho mais novo e também em outras cuja clientela pertence à classe média de verdade, não aquela do IBGE, pais se movimentam para dar bolsas de estudos para alunos negros e criar cotas para professores igualmente negros”, escreve Mario Sabino em sua coluna na Crusoé.
“(…) não sou contra dar bolsas de estudos para negros, obviamente. Desde que sejam distribuídas também a pobres não negros. A mensalidade ficará mais salgada, mas estou disposto a pagar por isso. Sou contra, porém, estabelecer cotas para professores negros. Pago para o meu filho ter bons professores, e não é a cor da pele que garante a capacidade de ninguém. Se há racismo na escolha dos docentes pela escola, é preciso denunciar o fato criminoso e ter controle externo sobre o processo de seleção. O melhor professor de literatura que tive, na escola particular em que completei o colegial, era negro e homossexual. Mas ninguém levava isso em conta. O Aguinaldo era respeitado por seu conhecimento e a sua paixão pelos grandes autores (ele, aliás, gostava de atribuir cores às personalidades dos alunos. Eu era “geleia”, o que é mais questão de consistência do que de cor, convenhamos, e atribuição não muito elogiosa). Estabelecer cotas para professores negros é, na minha opinião, já partir do pressuposto que eles são necessariamente piores. Racismo com sinal trocado”.
LEIA AQUI a coluna na Crusoé desta semana.
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