JANOT: ORCRIM BUSCA COOPTAR MINISTROS DO STF
Na petição ao STF pela abertura de inquérito contra José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá, o procurador-geral Rodrigo Janot diz que há "elementos concretos de atuação concertada entre parlamentares, com uso institucional desviado, nitidamente para favorecimento dos mais diversos integrantes da organização criminosa"...
Na petição ao STF pela abertura de inquérito contra José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá, o procurador-geral Rodrigo Janot diz que há “elementos concretos de atuação concertada entre parlamentares, com uso institucional desviado, nitidamente para favorecimento dos mais diversos integrantes da organização criminosa”.
Ele afirma que o objetivo da Orcrim é “atingir decisão da Suprema Corte sobre cumprimento das penas após a decisão de 2ª instância e enfraquecer o instrumento da colaboração premiada, amplamente empregado na Operação Lava Jato”.
Outra forma de obstrução, segundo o pedido de inquérito, consistia na redução de poderes do Judiciário e do Ministério Público mediante a realização de nova constituinte.
Para Janot, trata-se de atos estatais que visam a sabotar o próprio Estado, na sua vertente de repressão ao crime organizado.
“É chocante, nesse sentido, ouvir o senador Romero Jucá admitir, a certa altura, que é crucial ‘cortar as asas’ da Justiça e do Ministério Público, aduzindo que a solução para isso seria a Assembleia Constituinte que ele e seu grupo político estão planejando para 2018”, diz.
Já no Judiciário, eles buscariam cooptar ministros do STF para anistiar envolvidos na investigação ou para assegurar a manutenção da validade das proposições legislativas almejadas, de forma que a Suprema Corte não as declarasse, posteriormente, inconstitucionais.
“Não bastasse a trama para mudar a legislação, os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá e o ex-presidente José Sarney ainda revelam o plano de incluir o Supremo Tribunal Federal, reserva necessária de sobriedade institucional, na costura política de um grande acordo espúrio para evitar o avanço do complexo investigatório”, afirma o PGR.
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